A PINTURA
Eu observava aquela pintura
Fixando nela toda a minha atenção,
Era talhada essa sua moldura
Com madeira e esmerada dedicação
O óleo sobre a tela e as cores,
Vertiam uma sensação bem esquisita
Despertam em mim os pavores
Que nunca havia sentido nesta vida!
Comprei a obra de uma galeria,
Decerto disseram parecer assombrada,
Daquele relato eu em nada cria,
No quadro havia uma alma aprisionada
O desenho da criança perplexa
No leito da sua mãe sôfrega e moribunda
Agora parecia estar bem reflexa
No espírito desta entidade assim imunda!
Ao transcorrer dos longos dias
Senti a sensação de estar sendo vigiado
Talvez fossem minhas fantasias
Mas agora me sentia muito perturbado!
Preciso queimar essa pintura,
Já não me importa o que se ocorreu,
Obra satânica de arte obscura
Queimei-a mas novamente apareceu!