A CAIXA
Certo dia caminhando pela floresta
Deparei-me como uma caixa,
Estava fechada sem nenhuma fresta
Era grande, mas pouco baixa.
Ao seu redor escrito uma inscrição
“Frágil, não abrir com faca”,
Isso atiçara toda a minha intuição,
E a curiosidade enfim ataca!
Cuidadosamente abri a embalagem
Lá dentro algo bem furreco,
Parecia surrado pela longa viagem
Era um sujo e velho boneco
Mas observando muito atentamente
Aquilo não era um brinquedo,
O horror apoderou-se desta mente,
Arrepiei-me com tanto medo
Aquele olhar parecia alquebrado,
Em um inevitável alento,
Que suplicaria morrer sossegado
E poupado do sofrimento
Com esse meu olhar tão petrificado
Percebi inúmeras mutilações
Neste pequeno cadáver mumificado
Vítima das insanas perversões