ENTERRADO VIVO

Aos pouco vou desfalecendo,

Quem me condenou a essa situação?

Já sinto que estou morrendo,

Aprisionado a este fúnebre caixão!

A sete palmos de tanta terra

O ar parece se tornar assim rarefeito

Minha vida aqui se encerra,

No final esse é o desfecho perfeito?

As mãos estão tão dormentes

Tento gritar e pedir em vão socorro,

Neste meu ranger dos dentes,

Pressinto que brevemente eu morro!

O peso acima me comprime,

Meus gritos parecem serem sufocados

Nada do que vivi se exprime

O horror de estarmos enfim condenados

Vestiram-me com esse terno,

Meu desespero aumenta a cada hora

Aqui se concretiza o inferno,

Estou perdendo a consciência agora...

Que Deus ouça minha súplica

E esteja comigo nesta hora de agonia,

Para a morte, eis uma rubrica,

Deste doente que sofre da catalepsia!

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 16/03/2020
Código do texto: T6889120
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