ENTERRADO VIVO
Aos pouco vou desfalecendo,
Quem me condenou a essa situação?
Já sinto que estou morrendo,
Aprisionado a este fúnebre caixão!
A sete palmos de tanta terra
O ar parece se tornar assim rarefeito
Minha vida aqui se encerra,
No final esse é o desfecho perfeito?
As mãos estão tão dormentes
Tento gritar e pedir em vão socorro,
Neste meu ranger dos dentes,
Pressinto que brevemente eu morro!
O peso acima me comprime,
Meus gritos parecem serem sufocados
Nada do que vivi se exprime
O horror de estarmos enfim condenados
Vestiram-me com esse terno,
Meu desespero aumenta a cada hora
Aqui se concretiza o inferno,
Estou perdendo a consciência agora...
Que Deus ouça minha súplica
E esteja comigo nesta hora de agonia,
Para a morte, eis uma rubrica,
Deste doente que sofre da catalepsia!