O RETALHADOR
Observo-o com os meus olhos penetrantes,
Controlando esse impulso doentio,
Passeio as lâminas destes objetos cortantes,
Finjo ser outro mentalmente sadio
Os dedos deslizam por toda a extensão,
Acariciam esta faca que retalha qualquer corpo
Levo-a furtivamente nesta minha mão
Para que com ela eu possa então vê-lo morto!
A carne humana sendo recortada,
No vigor de um instrumento sempre afiado,
Vendo outra face apenas mutilada
Pela mão pecaminosa de um atormentado!
Escalpelo sua pele em simetria
Enquanto observo teu semblante contorcer
Admiro seu pavor e sua histeria
Na tortura que tua expressão virá a retorcer!
Sinto muito, mas não há volta,
Para a atitude que eu agora apenas comecei
Toda essa sangria em revolta,
Profundamente cada passo meu eu planejei!
Fique a vontade com a dor,
Esconderei cada traço e enfim toda a prova
Pois nas mãos do retalhador
Toda vítima minha repousa diante da cova!