NÃO DIGA MEU NOME
Desde esse seu nascimento
Eu estive ao seu lado como a sombra
Que traz a dor e sofrimento
Um espírito do mal que te assombra!
Antes de você ser eu já existia
Quando Deus anunciou seu próprio fim
Das trevas ergui toda a profecia
E com o sangue de Abel celebrei Caim!
Andei por toda a terra quente,
Enquanto o ódio consumia-me de fome,
Rastejando tal qual a serpente,
Não ouse agora soletrar esse meu nome!
Estarei com você nos açoites,
Serei teu guia quando for torturado,
Durantes tantos dias e noites,
Até ser pelos romanos crucificado!
Sou aquele que fora extirpado
Habitando nos homens com luxúria
Pelo teu Pai ao abismo enviado
Onde há o ranger e infinita lamúria
Lá estarei aos pés da cruz,
Admirando sua dor e seu lamento,
Ao bradarem: Mate Jesus,
Darei para sua morte o final alento!