A CASA - PARTE I
Prólogo:
Haveria senão um fato,
Para uma casa ser assombrada,
Houve certo assassinato,
E a vítima fora desmembrada
O relato era tão chocante
Que muitos não queriam ouvir
Mas a verdade arrepiante
No futuro viria ainda por surgir
I
Você vê aquilo que eu vejo?
Na imensidade da funesta escuridão?
Moro em um isolado vilarejo,
Sinto agora essa estranha compulsão
Penso estar ouvindo as vozes,
Sensação esquisita de ser perseguido,
Idéias sádicas são tão velozes,
Sinto-me acuado e também aturdido!
Esse pensamento é obsessivo,
Mate-os sem qualquer misericórdia,
Não deixe sobrevivente vivo,
Libere seu ódio e toda sua discórdia
Pegue nas mãos esse punhal,
Persiga-os pelos cômodos da casa,
Desove os corpos no matagal
Cave para cada um, uma cova rasa
A primeira vítima será sua irmã,
Calmamente adormecida sem pestanejar
Ela está debruçada em seu divã,
Aperte a lâmina ao pescoço até degolar!
Sua mãe parece estar enamorada
Parece distraída e então cantarolando
Nas suas costas dê uma apunhalada
E veja o sangue pelo ralo se escoando!
Aproxime-se do seu pai agora,
Embriagado esse miserável velhaco
Não sabe que chegara sua hora
Dando-lhe uma paulada com o taco!
Ainda falta alguém na residência
Que deverá sentir tua sede homicida
Sem remorso, sequer a clemência
É momento de ceifar esta outra vida...