O Lobisomem de Santa Maria
Na pequena vila de Santa Maria não se falava em outra coisa, tal lobisomem que aterrorizava a pacata cidade. A tal fera era temida, o povo já não mais saía em noites de lua cheia.
João Honório homem rude, sempre sozinho e com uma aparência sombria era o suspeito de ser o tal, a população dividia comentários, uns acreditavam e sentiam muito medo, outros duvidavam.
Um casal moradores de uma fazenda próxima chamada Olhos D'água sempre ia para cidade a pé pois não havia condução.
Em uma noite de lua cheia o marido de Maria chamado João, à chamou para ir até a cidade:
- Maria precisamos à cidade comprar mantimentos na venda do Nhô Chico!
Respondeu Maria amedrontada:
- Mas João hoje é noite de lua cheia, noite de lobisomem.
- Larga disso mulher, isso não existe! História para boi dormir, se apronte e vamos!
Disse bruscamente João sem saber o que os aguardavam.
Os dois partiram pelo estreito caminho rodeado por espinhos, próximo a um vale ouviu-se um barulho assustador, João o incrédulo disse:
- Maria isso é um bugio fica calma!
Bugio macaco típico daquela região.
Maria, porém retruca:
- É o lobisomem, é a fera, estou com medo João!
Disse ele:
- Mas ora bolas mulher medrosa, vou até lá ver o que é, fique aqui!
João embrenhou-se mato a dentro em busca do tal barulho, chegando próximo ao vale, em um descampado avistou uma criatura sombria, um cachorro/homem, com orelhas enormes, dentes para fora, olhos vermelhos como sangue que brilhavam na luz da lua, o homem perplexo, trêmulo tentou correr, porém tropeçou em um galho o que chamou a atenção da tal criatura.
A fera imediatamente em uma velocidade incrível chegou em frente a João, que deitado travou, não conseguia se mexer e em meio ao mato ouviu-se apenas um grito aterrorizante.
Maria que havia ficado escondida em meio a uma moita de capim cidreira, reconheceu a voz de seu amado e sem pensar duas vezes correu para tentar salvá-lo. Ao chegar no vale viu seu marido em pedaços com sinais de brutalidade, destroçado pela tal criatura,
Maria em prantos e em desespero correu, o mais rápido possível até que encontrou a pequena cabana de uma senhora viúva, em choque grita pedindo ajuda:
- Socorro, me ajude por favor, socorro!
A senhora levantou foi até a porta desconfiada, com medo, porém quando viu Maria a deixou entrar, disse então:
- O que aconteceu menina?
Respondeu Maria:
O monstro, o lobisomem matou meu marido.
- Onde foi isso?
Responde a senhora.
- No vale, ele está lá morto em pedaços!
A senhora então tenta acalmar Maria, que soluça de tanto chorar, disse:
- Acalme-se, não há mais o que fazer, está tarde vamos dormir e amanhã cedo procuramos ajuda, se sairmos agora seremos também apanhadas pelo monstro.
Assim fizeram, ao clarear do dia, após uma noite terrível que ambas passaram em claro, foram em busca de ajuda. Ao chegarem a venda contaram o que havia se passado, o dono, reuniu três homens e partiram para recolher os pedaços de João. Ao chegarem no tal vale viram a cena lamentável e angustiante, o homem partido ao meio com pedaços espalhados por todos lados, disse então Nhô Chico:
- Sem dúvidas foi o Lobisomem, dilacerou o pobre João, Descanse em paz!
E assim se fez, deste dia em diante até o mais incrédulo respeita a lenda, a população que já estava amedrontada após o ocorrido ficaram em pânico.
O local onde ocorreu o fato até os dias atuais ficou conhecido como Vale do Lobisomem e em noites de lua cheia é possível ouvir um uivo seguido por um grito angustiante, dizem ser o homem/lobo e o fantasma de João caminhando lado a lado na sombra da noite.
Eis então a famosa lenda do Lobisomem de Santa Maria.