O BODE

Chifres erguidos e pontiagudos,

Em sua pelagem envolta no negrume,

Seu berro com sons tão agudos,

E pelo ar o aroma fétido de azedume

Quem disse ser um ruminante?

Este animal é a maldita reencarnação

Que no frenesi assim delirante,

Seria ele o mensageiro da maldição?

Seus cornos se erguem ao céu

Mas todo noite ouço seu bizarro balido

E acordo com um sabor do fel

Enquanto observa-me o bode maldito!

Sou um descrente de pouca fé,

Nem creio nesta premissa do pecado

Então o bode! Seria Baphomet?

O servo enviado para mim pelo diabo?

Por enquanto deixarei tudo assaz,

Toda essa superstição que levo comigo,

Mesmo que o bode seja Satanás

Levá-lo-ei para cama como um amigo!

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 22/02/2020
Código do texto: T6871995
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