O BODE
Chifres erguidos e pontiagudos,
Em sua pelagem envolta no negrume,
Seu berro com sons tão agudos,
E pelo ar o aroma fétido de azedume
Quem disse ser um ruminante?
Este animal é a maldita reencarnação
Que no frenesi assim delirante,
Seria ele o mensageiro da maldição?
Seus cornos se erguem ao céu
Mas todo noite ouço seu bizarro balido
E acordo com um sabor do fel
Enquanto observa-me o bode maldito!
Sou um descrente de pouca fé,
Nem creio nesta premissa do pecado
Então o bode! Seria Baphomet?
O servo enviado para mim pelo diabo?
Por enquanto deixarei tudo assaz,
Toda essa superstição que levo comigo,
Mesmo que o bode seja Satanás
Levá-lo-ei para cama como um amigo!