A ABDUÇÃO

Deitado à cama sinto um empuxão

Parece querer senão levantar

Erguido no ar, sinto a leve impulsão

Para onde poderão me levar?

Parece um sonho ou tenso pesadelo,

Flutuo agora como a ave,

Com medo, se arrepia todo o cabelo

Ao longe vejo uma nave!

Sou empurrado com força para ela

Quem ordenou essa loucura?

Dentro desta cabine não há janela,

E vejo essa disforme criatura

Sem lábios ou uma forma qualquer

Ao meu encontro não vinham,

Não os comparei a humanos sequer

De humanidade nada tinham...

Em relance parece-me esverdeada,

Mas meus olhos embaçados,

Vêem apenas sua sombra projetada

Sem distinguir os seus traços

Uma máquina calcula a estatura,

De meu corpo enquanto estou preso

Mede meu crânio e musculatura,

Sairei eu desta incidente são e ileso?

Várias luzes ofuscando o meu olhar,

Avisto ao longe uns ciprestes,

Minha mente não quer nem imaginar

Mas eles são os extraterrestres!

Agora sirvo como um experimento,

Como um terráqueo indígena,

Todo meu temor é apenas tormento,

Nesta grande nave alienígena!

Enfim abro os olhos e então eu acordo,

Estou deitado em meu colchão,

Mas de tudo claramente assim recordo

Fui eu vítima de uma abdução?

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 19/02/2020
Reeditado em 19/02/2020
Código do texto: T6869896
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