A ABDUÇÃO
Deitado à cama sinto um empuxão
Parece querer senão levantar
Erguido no ar, sinto a leve impulsão
Para onde poderão me levar?
Parece um sonho ou tenso pesadelo,
Flutuo agora como a ave,
Com medo, se arrepia todo o cabelo
Ao longe vejo uma nave!
Sou empurrado com força para ela
Quem ordenou essa loucura?
Dentro desta cabine não há janela,
E vejo essa disforme criatura
Sem lábios ou uma forma qualquer
Ao meu encontro não vinham,
Não os comparei a humanos sequer
De humanidade nada tinham...
Em relance parece-me esverdeada,
Mas meus olhos embaçados,
Vêem apenas sua sombra projetada
Sem distinguir os seus traços
Uma máquina calcula a estatura,
De meu corpo enquanto estou preso
Mede meu crânio e musculatura,
Sairei eu desta incidente são e ileso?
Várias luzes ofuscando o meu olhar,
Avisto ao longe uns ciprestes,
Minha mente não quer nem imaginar
Mas eles são os extraterrestres!
Agora sirvo como um experimento,
Como um terráqueo indígena,
Todo meu temor é apenas tormento,
Nesta grande nave alienígena!
Enfim abro os olhos e então eu acordo,
Estou deitado em meu colchão,
Mas de tudo claramente assim recordo
Fui eu vítima de uma abdução?