Livro de Terror
Era uma noite tempestuosa de verão na zona sul carioca. Suzana, uma mulher solitária e de poucos amigos, lia um livro do mago do terror: Stephen King. “E então, com a escuridão vieram as batidas na porta”. Neste exato momento, a luz do apartamento de Suzana, assim como a de todos os moradores de Copacabana, é desligada. Suzana se assusta, porque escuta batidas na porta, tal qual o livro que lia. Ela procura o celular para usar a lanterna, mas ele está descarregado. Sem luz, Suzana continua escutando as batidas na porta, mas estas se tornam mais intensas e violentas. Ela decide ignorar o visitante, por medo, e fecha a porta do quarto à chave antes de se esconder debaixo da cama. Eis que, de repente, Suzana escuta um violento estrondo, mas não era um trovão: era o som da porta de entrada de seu apartamento voando pelos ares. Agora era questão de tempo para o intruso fazer sabe-se lá o quê com ela. Temendo pelo seu destino o coração de Suzana bate em ritmo acelerado e de seu corpo escorre um suor gélido de pavor. Enquanto isso, o homem vestido com a cor da escuridão arromba as portas dos cômodos uma a uma, sem a mínima cerimônia, até se aproximar, a passos lentos, do esconderijo de Suzana. Suzana grita e choro compulsivamente quando o invasor a pega pelos cabelos e usa o medo dela como porta de entrada para dominá-la e… “O MetrôRio informa: Estação Maracanã. Desembarque pelo lado esquerdo”. Helena estava adorando o livro de terror que comprara, ontem, na livraria recém-inaugurada perto de sua casa, mas, agora, não era mais hora de ler e sim de desembarcar. Nada melhor que a leitura de um bom livro do gênero horror para uma caloura do Curso de Letras da Uerj se inspirar antes de assistir uma aula inaugural sobre os gênios do terror: Edgar Allan Poe, H. P. Lovecraft e Stephen King.
FIM