O GATO PRETO

[...Se um gato preto cruzar na sua frente não tenha medo,dê-lhes comida e carinho e terás benção no caminho]

Desta feita jamais me livrarei,

Permita-me que narre este triste fato,

Em desgraça sempre lembrarei

Do meu destino e a maldição do gato!

Quisera que esta hostil danação,

Seja o castigo pelas minhas atrocidades

Quando torturei o pobre Plutão,

Tornando-o vítima destas vis maldades!

Certo dia, com o meu canivete,

Com ódio mortal arranquei-lhe o olho

Seu sangue sujara todo carpete

Depois o tranquei na sala com ferrolho!

Culpo-me por essa besteira,

E tentando corrigir este maldoso ato,

Devido à febre da bebedeira

Por complacência adotei outro gato!

Certo dia destes, em outra ocasião

Descomedido o gato fizera-me tropeçar

O animal quase me lançara ao chão

Com ódio eu resolvi novamente matar!

Peguei nas mãos um machado,

Minha esposa tentou defender o felino,

Tivera então o crânio rachado

Agora precisa ocultar meu ato maligno!

Na parede do porão tão poroso

Ocultarei o cadáver desta pobre mulher

E esconder este crime doloso,

Evitando-se hesitar um minuto sequer!

Depois de alguns dias atrás,

A polícia viera para essa residência

O gato me deixara em paz,

Para a lei precisei alegar inocência!

Após a inspeção nada fora encontrado

E eu já me despedia deles grato,

Sem querer bati a bengala – um miado

Da parede semelhante um gato

Resolveu-se quebrar a parede fina,

Tentei persuadir com um mentiroso relato

Viram o cadáver para a triste sina,

E em cima do cadáver esse maldito gato!

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 04/02/2020
Código do texto: T6858487
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