O GATO PRETO
[...Se um gato preto cruzar na sua frente não tenha medo,dê-lhes comida e carinho e terás benção no caminho]
Desta feita jamais me livrarei,
Permita-me que narre este triste fato,
Em desgraça sempre lembrarei
Do meu destino e a maldição do gato!
Quisera que esta hostil danação,
Seja o castigo pelas minhas atrocidades
Quando torturei o pobre Plutão,
Tornando-o vítima destas vis maldades!
Certo dia, com o meu canivete,
Com ódio mortal arranquei-lhe o olho
Seu sangue sujara todo carpete
Depois o tranquei na sala com ferrolho!
Culpo-me por essa besteira,
E tentando corrigir este maldoso ato,
Devido à febre da bebedeira
Por complacência adotei outro gato!
Certo dia destes, em outra ocasião
Descomedido o gato fizera-me tropeçar
O animal quase me lançara ao chão
Com ódio eu resolvi novamente matar!
Peguei nas mãos um machado,
Minha esposa tentou defender o felino,
Tivera então o crânio rachado
Agora precisa ocultar meu ato maligno!
Na parede do porão tão poroso
Ocultarei o cadáver desta pobre mulher
E esconder este crime doloso,
Evitando-se hesitar um minuto sequer!
Depois de alguns dias atrás,
A polícia viera para essa residência
O gato me deixara em paz,
Para a lei precisei alegar inocência!
Após a inspeção nada fora encontrado
E eu já me despedia deles grato,
Sem querer bati a bengala – um miado
Da parede semelhante um gato
Resolveu-se quebrar a parede fina,
Tentei persuadir com um mentiroso relato
Viram o cadáver para a triste sina,
E em cima do cadáver esse maldito gato!