ÁGUAS ESCURAS
Meu corpo sendo tragado pela correnteza,
As pernas pesadas sem algum lugar para se apoiar
A morte reflete sua imagem em real certeza
Que em meus pulmões o oxigênio vira enfim faltar
Percebo os pés pesados neste mergulho
A respiração desesperada então enfraquecendo,
Sinto a angústia sufocar todo esse orgulho
Quando essas pernas no pavor vão debatendo!
A maré leva-me com sua força natural,
Enquanto mentalmente imagino essas orações,
Vendo esse destino tornar-se tão fatal,
Sentindo entrar toda a água nos meus pulmões!
Já não sinto nenhum dos membros inferiores
Uma anestesia inunda minha mente,
Sequer se mexem estas viris partes superiores
Perco a consciência assim de repente!
As chances agora estão se tornando nulas
Como a vida que ao peito agora trago
Boiando meu cadáver nas águas tão escuras
Sou somente um jovem enfim afogado!