A CASA MALDITA - PARTE II
III
Meu amigo parecia perturbado,
O rosto empalidecido parecia cadavérico,
Permanecendo imóvel e calado,
Com seu olhar ensandecido e histérico!
Tentei me desvencilhar da sensação,
Acalmar o coração pensei em ir repousar,
Ao deitar-me vejo a luz do lampião,
Meu amigo enlouquecido apenas indagar
- Você viu? Ah deve ter visto!
Balancei a cabeça sinalizando um não,
-Ah, mas verá, isso é previsto
Deixe-me sentar ao seu lado no colchão
-Trate de se acalmar, amigo...
A tempestade corta a noite como crivo,
-Sente-se terá agora o abrigo,
Lerei para ti, o capítulo d’um bom livro!
Porém sentia barulhos ruidosos
Quando lia cada frase em poesia escrita
Ouvia senão gemidos pavorosos
Como em um pesadelo na casa maldita
IV
-Eu já havia senão lhe dito,
Ouvira por vezes esse barulho infernal,
E assim sendo sou maldito,
Essa será para mim uma punição final!
- Pois bem, preste atenção,
Pensara que tudo isso fosse à loucura
Há dias ouço sons do caixão
Da minha irmã dentro desta sepultura!
Nada mais temo e nada importa,
Já posso ouvir os passos dela na escada,
Escute! Ela está atrás da porta!
E me matar será o final da tua jornada!
Ouvi um barulho macabro,
Que rompeu as trincas da fechadura,
Fizera cair até o candelabro,
Rompendo o bastião da parede dura
Amortalhada esta ali, sua irmã
O sangue nas vestes brancas tão horrendas
Para concluir em vida seu afã,
E levar meu amigo ao inferno das tormentas!
Ele caiu vitimado pela taquicardia,
O enfarte fulminante ceifou-lhe o existir
A macabra visão dele senão sorria
Entre gritos coléricos conseguia bradir,
Pulei desesperado pela janela,
Com rapidez finalmente consegui fugir,
Enquanto alumia o toco de vela
Observei aquela maldita mansão ruir...