A CASA MALDITA - PARTE I

[baseado no conto "A Queda da Casa de Usher" de Edgar Allan Poe]

I

Recebi d’um amigo certa carta,

Descrevia em tom triste sua doença,

Pedindo que em breve eu parta

E possa ajudá-lo na convalescença!

Durante a noite viajei sozinho

Ao nascer do dia avistara essa morada

Percorrera rápido todo caminho

E notei que a mansão estava rachada!

Conseguia escutar as árvores no outono

Perdendo as folhas para a floração vindoura

E com os olhos embriagados pelo sono

Diante de mim a imagem da casa aterradora

De grandes salas e quartos vazios,

No jardim as rosas de caules retorcidas,

Erguem adiante estes muros frios

E o lago soturno com aves enegrecidas!

Havia alguma coisa sobrenatural

Naquele lugar que despertou temerosidade

Talvez a arquitetura ou esse local,

Com seu olor repugnante de malignidade!

II

Ao ver meu pobre amigo só dizia,

- Certo mal se apoderou de minha irmã

Senti nas palavras toda a agonia

Quando fitei-a sôfrega deitada no divã!

Pude concluir serem univitelinos,

Decorado a casa tinha padrões estéticos

Ambos os irmãos eram franzinos,

Mas a garota sofria de ataques epiléticos

Durante a madrugada fui acordado,

Com os gritos de desespero eu percebera,

Meu amigo triste havia me contado

Sua consanguínea durante a noite morrera

- Seu cadáver durante duas semanas

Ficará sepultada nas criptas abandonadas

São os ritos das origens anglicanas,

Contudo notei nela as bochechas rosadas

Não obstante, no cadáver um sorriso,

Alumiava aquele corpo rígido e tão inerte

Como se no inferno surgisse o paraíso

Nesta diabólica sensação igual um flerte!

Entramos enfim na câmara mortuária,

O odor funesto da morte parecia inebriar

Mas a minha condição tão temerária

Fizera com que eu não pudesse raciocinar!

(continua...)

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 03/02/2020
Reeditado em 03/02/2020
Código do texto: T6857376
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