A DAMA DE BRANCO

Dirigia solitário meu caminhão,

Quando avistei aquela tétrica figura,

Sozinha em sua própria solidão

Daquela madrugada fria e tão escura

Perguntou-me se então poderia,

Dar uma carona até a cidade vizinha,

Na noite fúnebre eu redarguiria,

- Não seria bom andar assim sozinha

Abri a porta e disse: - Sente-se no banco

- Poderá alguns minutos descansar

Ela estava envolta n’um vestido branco!

Como se estivesse pronta a casar!

Continue então meu trajeto anterior,

A jovem se mantinha cabisbaixa e calada

Parecia sofrer algum intimo dissabor,

Tal qual fosse uma mulher amaldiçoada!

Acendi enfim, um cigarro de tabaco,

A jovem agradecia por este sincero apreço

Repliquei: - Ponha este meu casaco,

Depois ela me disse: Eis aqui meu endereço

-Devolverei seu casaco de amanhã,

Se por acaso passar percorrer essa cidade

Poderá tomar um chá com hortelã,

E assim agradecerei pela sua hospitalidade

Ao amanhecer de um novo dia,

Fui diretamente a casa e bati nesta a porta,

E para minha descrença e ironia,

Sua genitora respondeu: Há anos jaz morta!

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 02/02/2020
Código do texto: T6856680
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