O VISITANTE

Observo um velho na janela,

Escondido por detrás das sombras,

Ofereço-lhe o clarão da vela,

Venha e descanse nestas alfombras!

Aqueça o corpo apenas um momento

Diante das chamas na lareira,

Sinto naquele olhar certo sofrimento

Reacendido diante da fogueira

A face descolorida em alvura,

Esconderia algum segredo escabroso?

Um olhar mortiço de brancura

Tornava-o um ente assim misterioso!

Nunca me haviam acolhido,

Sua voz entrecortada então me dizia,

Pela gentileza fico agradecido

Com um misto de angústia e alegria!

Para você sou um desconhecido

Mas permita-me que eu me apresente,

Sou o senhor idoso e esquecido

Jamais ousaria ser tão inconveniente!

Chamo-me pela alcunha Damião,

Passei muitos anos felizes neste lugar

Vivi anos felizes neste casarão,

E agora você poderá de tudo desfrutar

Então lhe agradeço pela sua cortesia

Com sua permissão agora deixarei-o em paz

Sumira rápido o velho com a simpatia

E descobri que ele morrera a um ano atrás!

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 31/01/2020
Código do texto: T6855212
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