A MORTE

[... Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá; e quem vive e crê em mim, não morrerá eternamente] - João 11:25-26

Tinha os olhos negros e escuros

E exortava-me um primitivo horror

Nas órbitas os inúmeros furos

Eram as sandices do meu real pavor

Pudera ler em sua fronte sulcada

Debaixo daqueles cabelos negros lisos,

Minha alma com vigor arrebatada

Pela histeria destes diabólicos sorrisos

E as mãos descarnadas com lepra

Percorriam meu corpo todo paralisado

Qual a videira retira-se velha cepa

No fúnebre pavor estive tão dominado

Aquela presença me sentenciava

Com o bafejo nauseabundo e pestilento

Morosamente nada então restava

A mórbida ideia do fúnebre passamento

Haveria algum Deus para me socorrer?

E proferiria as citações em mote?

A extrema-unção em um lento falecer

Enquanto fito o olhar da Morte?

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 30/01/2020
Código do texto: T6854432
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