LOBISOMEM
Vai alto à noite, o luar prateia,
E ilumina a escuridão pelo horizonte
A luz fosca da vela incendeia,
O horror metamórfico em sua fronte!
As mandíbulas crescem lentamente,
Alterando sua sã consciência,
A loucura se apossa do consciente,
E liberta a maligna demência!
O maligno no sangue escoe e se vai
Transmitido pela licantropia,
A herança maldita herdada d’um pai
Modifica a humana anatomia!
Dos dedos nascem estas garras retráteis
A boca modifica sua estrutura,
Pêlos crescem em tamanhos infindáveis
Músculos enrijecem sua altura!
Com seus caninos salientes,
Ulula para alguma entidade ancestral,
Na boca seus afiados dentes
Faminto por destroçar algum animal!
O sangue tornou-se o círculo de vingança
Tantas pessoas nos campos somem,
Sendo a lua única testemunha da matança,
Por entre as vítimas do lobisomem!