A MULHER DE BRANCO

O não-fumante...

fumando...

Vez ou outra, vez na vida

não percebe a presença

sem calor, sem vida

se aproxima

Ela só quer

mais um, no mundo

do além...

O não-fumante,

fumando, pensando...

num amor bem recente

e agora distante...

que por motivos

banais

se acabou.

A Mulher de Branco

se aproxima...

Perto do

pescoço moreno

ela se inclina...

O não-fumante,

gritando...

mas, já é tarde;

Presas de piranha

arranca-lhe parte

do pescoço...

O cigarro

ainda aceso atinge

o chão, sem barulho

e sem peso...

e sem pesar...

a Mulher de Branco se vai

a assombração desaparece

cantarolando

um samba

do Noel Rosa: