A SEREIA
Ao longe ouço um belíssimo canto,
Sob o alvo da lua que prateia,
Hipnotiza-me e parece um encanto,
O murmurar fúnebre da sereia!
Com sua voz macia e inebriante,
Seduziu-me este pobre marinheiro
Neste seu suspirar tão delirante,
Chama-me para até o desfiladeiro!
Tão lindos são estes cabelos,
Envolta em uma pureza celestial,
Nos meus sonhos e pesadelos
Sinto a sua presença sobrenatural
Do luar apenas vejo um feixe,
Luzindo a minha fronte descorada
No mar nadando como peixe,
Diz-me: - Venha, serei tua amada!
Deus me perdoe por fazê-lo chorar,
Por fim antes que a noite caia
Alguém verá meu corpo frio boiar,
E surgir apodrecido na praia!