O ESPANTALHO
Nos campos protege a sua colheita,
Um boneco de forma humana,
A oferenda satânica parece perfeita,
E todo seu mal satânico emana
Oculto do povoado d’um vilarejo
Costurado no ritual macabro,
A reencarnação do maligno desejo
Uma marionete para o diabo!
Ergue-se entre grandes plantações
Protege as sementes destes milharais,
Desde as colinas até as vastidões,
Talhado com diversos restos mortais!
Com sangue são então abençoados
Colheita empenhada na força diabólica,
As plantas crescem pelos pecados
Expurgados de toda santidade católica!
O sangue mistura-se a terra molhada
Semeando os grãos da perdição,
Cada vítima dentro do solo enterrada,
Continua o ciclo de aniquilação!
A sua sombra se projeta pelo estaleiro,
Em sua mão o gancho fatal
Criação maldita do antigo fazendeiro,
Possuído pela força do mal!
Agora descansa sob a ardente luz,
Costurado com algodão e pouco retalho
Pregado no estandarte como Jesus,
Vi-o! Dependurado o mortal espantalho!