O ESPANTALHO

Nos campos protege a sua colheita,

Um boneco de forma humana,

A oferenda satânica parece perfeita,

E todo seu mal satânico emana

Oculto do povoado d’um vilarejo

Costurado no ritual macabro,

A reencarnação do maligno desejo

Uma marionete para o diabo!

Ergue-se entre grandes plantações

Protege as sementes destes milharais,

Desde as colinas até as vastidões,

Talhado com diversos restos mortais!

Com sangue são então abençoados

Colheita empenhada na força diabólica,

As plantas crescem pelos pecados

Expurgados de toda santidade católica!

O sangue mistura-se a terra molhada

Semeando os grãos da perdição,

Cada vítima dentro do solo enterrada,

Continua o ciclo de aniquilação!

A sua sombra se projeta pelo estaleiro,

Em sua mão o gancho fatal

Criação maldita do antigo fazendeiro,

Possuído pela força do mal!

Agora descansa sob a ardente luz,

Costurado com algodão e pouco retalho

Pregado no estandarte como Jesus,

Vi-o! Dependurado o mortal espantalho!

rodrigokurita
Enviado por rodrigokurita em 22/01/2020
Código do texto: T6848012
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