A MANEQUIM
Tão jovem minha querida faleceu,
Quando na solidão a minha alma partilha,
Seu corpo nunca mais apodreceu,
Pois eu quero ter por perto a minha filha!
Morta próxima de seu casamento,
Na idade que a beleza puríssima se desabrocha,
Nesta mente, terrível pensamento.
De transformar o cadáver em uma eterna rocha!
Retirar as vísceras antes que apodreça
Drenando deste corpo todo seu fluido corporal
Talvez seja isso que enfim ela mereça,
Para entrar no universo de um mundo imortal!
Preencher cada cavidade com gesso,
Mantendo toda aquela sua beleza tão natural,
Um ato de amor e incontável apreço
E transformá-la em uma escultura atemporal!
Pinto-lhe as unhas de cor vermelha,
Penteio seus cabelos com um arranjo jovial
Para que como uma viva se assemelha
Dentro desta macabra ideia de um anormal
Todos os dias estando aqui comigo,
Exibindo essa sua beleza no vestido de jasmim
Longe da chuva e do sol neste abrigo
Ela será na vitrine essa minha nova manequim!