O DEMÔNIO
Estou vendo adiante uma imagem,
Toda negra com os olhos transfigurados,
Seria uma visão? Apenas miragem,
Mas posso ouvir gemidos transtornados!
Com o dedo levantado me aponta,
A criatura parece imergir d’um fogaréu
Apenas o medo agora se confronta,
Vejo seus chifres e eles apontam o céu!
O cheiro de enxofre por todo lado,
A névoa espessa encobre a minha visão,
Meu Deus! Será que sou condenado,
A descer ao inferno sem a última oração
Nesta hora só desejo a morte,
Enquanto fito trêmula essa aparição,
Maldito azar! Essa triste sorte,
E perder meu espírito ao cambrulhão!
Desta vida me despeço sorrindo,
Como a mais pura e inocente criança,
O demônio continua me seguindo!
Adeus! Para mim já não há esperança!