O HOMEM NO BANCO DA PRAÇA.

Depois de passar a noite toda bebendo de bar em bar, avistei um banco de praça e lá me deitei, pois não conseguiria chegar em casa.

Pela manhã, acordei quando um senhor de idade sentou no banco. Com a visão turva eu me espreguicei para sentar e conversar com o homem, que já estava falando sozinho.

A cada frase dita por aquele senhor, eu tentava refletir sobre suas vivências. Acredito que ficamos mais de uma hora conversando. Provavelmente, ele não tinha família e sentia muita falta de conversar as pessoas. Como eu não tinha nada para fazer, fiquei lá, sentado ao lado daquele senhor que eu nunca vi.

Ele usava roupas bem antigas. Sua camisa cheirava mofo; Minha rinite ficou atacada de ficar perto daquele senhor, mas não me importei, eu estava gostando de escutá-lo.

Assim que terminou de contar sobre sua juventude, o idoso perguntou sobre minha vida. Eu fiquei envergonhado de dizer que passei a noite toda bebendo e então, não disse nada. Na verdade, nem precisei dizer. Depois de um certo tempo olhando pra mim, o homem sentiu um cheiro podre atrás do banco onde estávamos sentados. O velhinho, que mal conseguia andar, saiu correndo quando viu meu corpo inchado embaixo do banco da praça.

Régis Di Soller
Enviado por Régis Di Soller em 15/01/2020
Reeditado em 15/01/2020
Código do texto: T6842665
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