Nos olhos do demônio
No canto olhando pela janela do quarto uma criança de oito anos, magro, cheio de vida. La fora via a morte, e ela era um homem alto, moreno de olhos vermelhos.
Seu pai tentou, mas não foi suficiente, o homem tinha uma foice, primeiro foi o braço, depois o peito se partiu no meio, e em seguida a cabeça.
Lincon, não se movia algo o congelou, a mãe foi violentada na sua frente, depois também foi morta. O homem de olhos vermelhos, só poderia ser o demônio, o tipo de demônio que ataca, casas na zona rural.
Lincon, poderia ter sido assassinado, seria melhor. Mas não foi.
Quando no dia seguinte em meio a carros de policia seus tios o vieram buscar, seus olhos já estavam inertes, Lincon nunca mais disse uma palavra, só murmurava, e apontava o que queria ou não queria.
Seus tios, não conheciam muito dele, isso foi o suficiente para irem além do seu sofrimento, e colocá-lo em uma clínica para crianças especiais.
Choques, e pequenos experimentos com eletrodos em seu cérebro não o fizeram falar, ele não queria.
Até escrevia mas falar não falava.
Quando fez treze anos, Lincon fugiu, furtou uma foice, de um fazendeiro da região, e voltou para a clínica. Matou todos os medicos e enfermeiros, quase todos degolados.
O homem alto e de olhos vermelhos nunca foi preso, e não demorou muito pra Lincon descobrir o bar que ele frequentava. Lá ele contava as mais bizarras histórias e uma delas era sobre matar um homem e foder a mulher dele enquanto o filho se tremia num canto.
Lincon seguiu Sião, até a sua casa. Era uma casa velha, pequena de madeira. Sião não se aguentava de bêbado, logo que chegou ao barraco, deu um tapa na esposa, chutou a bunda de um dos filhos , e deitou no chão. Sião apagou, como quem quer descanso antes de pagar pelos seus pecados.
Lincon, não sentia nada há muito tempo, já nem era criança. Tios ruins, clínica ruim, os experimentos do doutor, a imagem da mãe.
A foice afiada, assim como aquela que Sião usou, quando invadiu a sua casa quente e confortável, quanto amor, quantos brinquedos, quantos sonhos.
A primeira foi Elza, alta e gorda, ele murmurou quinze ataques, os primeiros foram no pescoço pra que ela não gritasse, Lincon havia visto em um filme.
As crianças foram quase ao mesmo tempo, eles dormiam juntos, um corte rápido nas gargantas.
Lincon, usou quase todas as suas energias, e quase todo seu tempo, pra arrastar Sião o quarto, e lá amarrou os seus braços esticados cada um em direção ao beiral da parede, como um Jesus crucificado no quarto.
Sem nenhum temor a Deus ou remorso, cortou as três cabeças, a de Elza foi fácil, estava dilacerada.
Quando foi cortar dos meninos percebeu que eram gêmeos, os dois do time de futebol infantil, eles jogaram na clínica em uma festa junina, organizada pela igreja, não tinhas mais que nove anos.
Quando Sião acordou, primeiro tentou gritar, as cabeças da família estavam na sua frente, arrancadas, com olhos fechados, os filhos, a esposa. Tinha algo na sua boca, um pano ou uma corda. Lágrimas escorriam dos seus olhos, ele tentava chamar por Deus, e Lincon se questionava que tipo de Deus ele poderia servir.
Lincon, teve tempo de estudar alguns métodos de tortura, e tinha adrenalina roubada da clínica. Seu primeiro ato foi cortar os tendões pra que a adrenalina não lhe desse força pra se soltar, depois deu adrenalina suficiente pra reviver um elefante.
Então Lincon falou.
Lembra de mim?