FANTASMA NO ANTIGO RESTAURANTE

Uma vez, eu e meu melhor amigo tínhamos compromissos isolados no Centro da Cidade do Rio de Janeiro, porém, em locais muito próximos. Como nossas atividades terminavam praticamente no mesmo horário, marcamos um encontro por lá mesmo, na praça, em frente à rua São José. Escolhemos beber e petiscar, num restaurante muito antigo e tradicional.


Conversa vai, conversa vem, muito agradável por sinal, fiquei com vontade de ir ao banheiro. Como era dia de semana e por volta das 16h e 30min, não havia outros fregueses além de nós, pois já haviam almoçado e ainda faltavam alguns minutos para saírem dos trabalhos.

Pois bem, fui andando vagarosamente até lá, atravessando o grande estabelecimento. Quando estava entrando, ouvi o barulho de passos de alguém pequeno correndo e um vento passar por, mim, ar se deslocando e entrando junto comigo, mas não vi ninguém.

Tinha a parte com um espelho e a pia, e um reservado. Assim quando entrei no reservado, e passei a chave, a luz se apagou, ouvi  mexer no interruptor, coisa de segundos. Não tinha ninguém próximo, virei a chave e ela não abria, estava tudo um breu.

Aí  não tive dúvidas, bati na porta, em pânico,  com todas as forças, afinal, tinha ainda outra porta pesada dificultando  que alguém me ouvisse, não tinha uma janela, uma basculante, nenhuma ventilação. Até que um funcionário foi lá, depois de alguns minutos, acendeu a luz e abriu a porta por fora.

Nestes segundos em que ouvi os passos e senti o deslocamento de ar, veio à minha mente a imagem de uma menina de uns doze anos, magrinha, loira, meio ruiva,  dos cabelos cacheados, cuidadosamente ornados com alguns prendedores e penteados,  com roupas de tecido antigas, numa cor entre rosa e vinho e rendas.

Meu amigo riu, depois, da situação.  Porém, não contei a ele sobre o "fantasma". A partir dali, fui começando a desenvolver uma claustrofobia. Engraçado é que quem sofria com isso era ele.
Creio que tudo estava relacionado à casa dele, povoada por entidades malignas. Quando eu ia lá, ocorriam vários fenòmenos, sentia até darem socos, com a lateral da mão, não muito fortes,  na minha cabeça, um mal estar terrível.

Aquela casa acabou com ele, levou-o ao fim. Ele nunca acreditou no mundo espiritual.
Posso ter somatizado as nossas conversas hipnóticas. Ou o mesmo espírito que o atormentava, conseguiu achar uma brecha mental para que eu desenvolvesse esta fobia.
Enfim, o mundo dos espíritos é uma incognita, por estar intimamente ligado à mente humana, à energia que se desprende da mente, das emoções, da alma.     

Muito obrigada por sua visita e leitura.