Samyra

Havia chegado a algumas horas e sua unica companhia era sua gata e os pássaros lá fora no Corretor. O sino da igreja lhe lembrava que horas eram e já era tarde. A noite é escura e o silêncio é interrompido pela chama das velas e o tilintar dos sinos na janela com o vento. No corredor se ouvia, pisadas que pareciam alguém marchando, cada passo era uma batida forte no piso, quebrando os ladrilhos velhos.

-Quem é?! Batidas fortes eram ouvidas na porta.

Pergunta Samyra olhando fixamente para a porta do seu apartamento.

-Abre esta porta! Prometo que nunca mais vou fazer isso de novo! Vamos minha flor,vamos Abgail.

Os sinos da igreja a pouco marcava 3 batidas, não conhecia aquela voz, não conhecia ninguém ali a não ser o sindico do prédio e ele não tinha aquela voz tão jovem.

-Vai embora ou eu chamo o sindico!-Não faz isso comigo, eu te amo! Não queria te machucar! So fugir para pedir ajuda, me deixa entrar.

Quando olhou sua gata, ela estava toda arrisca, pronta para atacar as pupilas que sempre estavam dilatadas agora estavam pontudas, a gata estava pronta para atacar. Foi ai que percebeu, que aquele homem não pertencia mais a este mundo. A voz do homem ficava mais grave e agressiva, as batidas ficavam mais fortes até que não se ouvia mais gritos apenas o ranger da porta abrindo, mesmo estando trancada, o corredor estava escuro como o fundo de um poço. Samyra acendeu o candeeiro que ganhou de presente da sua antiga MÃE. A LUZ do fogo rasgava o véu entre o mundo físico e o espiritual, aos poucos a luz revelava uma cena de crime que a muito tempo havia acontecido, manchas de sangue e esguichos por todos os lados e marcas de vômitos. Sentada na cadeira da cozinha uma mulher chora copiosamente com uma faca na mão.

- Não aguento mais, não aguento mais!

Provavelmente era Abigail. Quando Samyra leva o candeeiro até o corredor vê na janela um homem pulando com uma corda no pescoço. Mantinha seu corpo dentro do apartamento e apenas o rosto para fora, Lilith saiu do apartamento andando pelo corredor rapidamente a gata some na escuridão, e apenas se ouvia o sino da sua coleira. Samyra tenta agarrá-la, mas é em vão. Sem pensar duas vezes segue o som dos sinos naquela escuridão.

-Lilith!Lilith! Sussurrava na escuridão. A luz que lhe auxiliava também lhe horrorizava, a todo instante se via a historia e os tormentos que aquele lugar havia passado, os espíritos que estavam presos nas quelas paredes a observavam de longe. Uma voz dizia:

- Vai embora!

Samyra insistia em buscar sua gata, pois parecia esta mais perto, subia as escadas, passava por salas abertas, portas com grades e os sinos se ouviam cada vez mais perto. Samyra segue a passos calmos e firmes, aquele corredor que parecia aumentar de tamanho na medida que se aproximava do som dos sinos. Diante de uma das escada pela qual passava encontra Lilith assutada e imóvel, o sino ainda tocava, era como uma isca jogada ao mar, Samyra não tinha mais motivos para permanecer ali e volta imediatamente para seu apartamento. Correndo pelos corredores e escadas os moradores do além véu, grunhiam e rugiam, como animais diante daquela presença. Ao entrar no apartamento busca sua mala, retira as cinzas da fogueira do ultimo ritual, mancha a testa com um simbolo que não posso descrever e faz o mesmo em cada parede do local, na entrada jogas todas as cinzas no chão fazendo lhes de tapete. Com o candeeiro acesso verifica cada comodo analisa se cada canto estava realmente limpo e finalmente vai dormir.

Luiz Eduardo Lopes
Enviado por Luiz Eduardo Lopes em 20/12/2019
Código do texto: T6823327
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