Quando Um Amor Morre

O caixão afunda, amigos falsos e parentes desconhecidos choram, nuvens negras escondem o Sol. A cena fúnebre faz o estômago (ou coisa parecida) de Jovelino revirar. Um fardo quase tangível pesa-lhe nos ombros. Seu único amor está morto.

Em um piscar de olhos o funeral acaba, a noite cai, o lar final silencia. Aproxima-se da lápide sobre a cova recém-aberta. Lê o sádico epitáfio. Seu único amor está morto e nada pode ser feito.

As primeiras gotas de uma tempestade avassaladora. Trovões ruflam os tambores, a água cai, terra torna-se lama. Alberto Caeiro estava errado, a natureza lamenta. Frio, confusão, medo. Está decidido a ficar ali, velando pelo próprio corpo a sete palmos debaixo do chão.