ME CHAME - TERROR CAP 1
MAIS UM TEXTO INSPIRADO EM CONTOS ANTIGOS, VERDADES OU NÃO
TRAZEMOS A VOCÊS A ESTÓRIA DE UMA SIMPLES FAMÍLIA ORIUNDA DE UMA ÁREA RURAL
NO INTERIOR DE SÃO PAULO.
POIS BEM ESTE TEXTO TRATA-SE DE UMA OBRA CONTO DE TERROR, NÃO INDICADO A MENORES DE 10 ANOS.
MAIS AINDA ASSIM, É UM CONTO LIVRE PARA TODOS.
BOA LEITURA E MUITO OBRIGADO A TODO TEMPO E ATENÇÃO QUE NOS TEM DEDICADO.
TEXTO DE ORDEM FICCTICIA, NÃO TENDO RELAÇÃO DIRETA A NOSSA REALIDADE, SENDO MERA COICINDÊNCIA QUALQUER DESTES.
PERSONAGENS E NOMES AQUI RELATADOS SÃO OBRAS DOS AUTORES, NÃO HAVENDO INDICAÇÕES COM PESSOAS REAIS.
PAULO FOG E IONE AZ.
ME CHAME
1
Ano 1979 - interior de São Paulo, numa comunidade rural, em um sítio simples de uma família composta de 8 pessoas, Juliana em seus 36 anos prepara polenta em uma panela de ferro e em outra frango ao molho pardo.
O fogão de lenha recém construído pelo seu pai Luís Carlos de 62 anos, moreno, cabelos crespos, olhos escuros marcantes.
No outro cômodo, grande e bem arejado porém de terra batida como piso, as paredes de tijolinhos á vista sem reboco, janelas de madeira feitas pelo senhor Luis, porém sem tantos conhecimentos e com as ferramentas da época, estas são fixadas de forma um tanto irregular, um tanto tortas.
Oito crianças ali, quatro são filhos de Luis e os outros quatro são afilhados e filhos de vizinhos.
Juliana anuncia que o almoço estará pronto em breve, Luis pede as crianças que lavem suas mãos, alguns ainda vão fazer a higiene matinal pois levantaram e já foram brincar.
Galopes são ouvidos ao longe e logo se aproximam, a porta é aberta, entra ali uma jovem para a época em seus 13 anos, Edileuza nascera branca, olhos verdes, cabelos de um castanho claro.
- Bom dia.
A criançada toda grita em resposta ao seu bom dia, correm para abraça-la.
- Trouxe doces?
- Claro gente.
Edileuza entrega para eles várias balas de caramelo, Luis interfere e pede para que as guardem para depois do almoço.
- Sim senhor.
Nisso entra um rapaz a bater com as mãos suas pernas nas calças sujas de terra, Juliana lhe chama a atenção e pede para que faça isso lá fora, não quer pó de terra a circular pela cozinha.
- Tá bom mana. Moreno, 26 anos, o rapaz tem o corpo trabalhado pelos esforços do trabalho e lido no campo em roças e animais, gado de corte e leite.
Minutos depois todos ali fazem a refeição, as crianças devoram quase os ossos de frango, a polenta marca bochechas e lábios dos mais velhos.
- Nossa, esta deliciosa.
- Obrigado gente.
Terminado a refeição, Luis distribui as balas entre as crianças, logo alguns demonstram um certo pesar nos olhos.
Depois de correr, brincar, gritar enfim fazer as alegrias deles, as crianças tiram um tempo de sono.
Juliana termina de lavar as roupas que ficaram durante toda a manhã de molho, agora já limpas são estendidas com ajuda de alguns menores que auxiliam Juliana ao cuido das roupas.
Mais brincadeiras e Luis fica a administrar toda aquela criançada enquanto Juliana soca o arroz no pilão com ajuda de um irmão, Bernardo, um vizinho de sitio traz uma manta de toucinho suíno para Luis que recebe lhe agradecendo.
Minutos depois, já cortado e limpo, Juliana coloca este em um tacho grande para derreter obtendo assim a gordura suína conhecida como banha de porco e o torresmo, resultado dessa fritura.
O couro do porco vai se enrugando se tornando a famosa pururuca.
O cheiro do alimento já cobre todo ambiente, em um caldeirão, água para ferver, Juliana tem por costume colocar água fervente para o cozimento do arroz.
Edileuza traz verduras e alguns legumes para o preparo ali.
Isaías enche os vidros com querosene ja que a energia elétrica não chegara ali, o dia vai ao término e aos poucos a noite traz seus encantos.
Comida quase pronta, Juliana colocara outro caldeirão com água para ferver irá usar esta no auxílio da limpeza de alguns utensílios que ficaram impregnados de gordura suína.
Maura a caçula de 7 anos se aproxima do fogão á lenha, sobe em um banquinho de madeira e ao tentar pegar as escondidas alguns torresmos, tem o caldeirão virado sob ela.
A garotinha grita em dor e angústia, todos vem a ela, Juliana corre com a irmã e Luis ainda deficiente pela forte dor no peito que sente todos os dias e que se intensifica diante a fortes emoções ou nervosismo.
A criança é hospitalizada na casa de saúde mais não resiste morrendo ao amanhecer.
O enterro é repleto de comoção e altos picos de histerismo emocional familiar, na cova da falecida mãe a 6 anos, Maura é sepultada, logo que os familiares iniciam o rito de jogar 3 punhadinhos de terra ao caixão que desce a última morada terrestre, inicia-se ali a formação de uma grande tempestade, o céu enegrece e todos correm ficando somente Luis e o coveiro a terminar o serviço ali.
Os dois saem do cemitério empapados em água, Juliana entrega ao pai a capa de vaqueiro que há muitos ele não a usava.
Em uma carroça puxada por 2 bois eles seguem para o sitio.
Ali no cemitério, o ambiente escurecido pelo temporal é reforçado por raios e trovões.
Um destes cai próximo a cova e dedos são vistos como que se escavasse para subir.
Sete meses depois, uma missa dominical, todos da área e lugares vizinhos se reúnem em uma agrovila próxima dos sítios, uma espécie de vilinha com bares, armazéns e até um micro posto de combustível.
Na capela de Santa Luzia, é feita a missa de domingo e dedicado em intenção aos doentes, acamados e falecidos, dentre eles, Maura.
Os familiares lembram da garota aos choros e sentimento de perda ali é ainda muito latente.
Luis recebe a hóstia junto de seus filhos e seguem para seus lugares na capela quando se ouve um grito vindo da frente desta.
Todos saem, inclusive o padre para ver o que acontecera ali, na calçada da igrejinha uma mulher de seus 60 anos, Cleuza, mais conhecida como Cleuza goró devido ao seu vicio com álcool e vagar pelas ruas.
Ali bêbada de joelhos ela grita insansentemente.
- O que houve Dona Cleuza?
- Seu padre, eu vi, eu vi.
- Viu o quê, filha de Deus?
- A mortinha, eu a vi, entrou e saiu da capela seu padre, eu vi te digo, eu a vi.
O padre faz sinal para que todos retornem aos seus lugares.
Ainda aos nervos e pavoro do ocorrido, Cleuza bebe água que lhe fora servida e santificada pelo pároco dali, com as mãos trêmulas, a mulher mais deixa cair o liquido do que o bebe.
- Por favor Dona Cleuza, se viesse mais vezes a igreja, nas missas, não estaria desse jeito.
- Mais eu vi.
- A senhora acha que viu.
- Padre, me abençõe.
- A senhora sempre esteve e sempre estará nos braços do Senhor Jesus Cristo minha irmã, ele sempre te abençoa.
- Obrigado padre.
- Fique com Deus filha. O padre a conforta lhe passando a mão nos cabelos e lhe dando a benção, Cleuza fica calada e retorna a sentar na calçada ali.
A missa segue e ao final, todos batem palmas em homenagem a criança morta.
11122019.........................
2
Nove dias depois da missa, Cleuza ali a cantar com alguns homens na porta do Armazém Queiróz, o dono já incomodado pela cantoria e o passar das horas já quase á meia noite, decide por liberar aquela gente de sua porta.
- A, só mais um pouco vai.
- Vão beber e curar seus porres em outro lugar.
Sem tantos modos ele fecha as portas, aos poucos os homens vão embora, ficando somente Cleuza ali na calçada mais 3 gatos.
Com certo esforço ela se levanta e caminha a coçar a cabeça, os gatos lhe acompanham e logo tomam a dianteira indo para a área da igrejinha.
- Parece que hoje vocês querem é rezar hein.
Diz ela ali sorrindo com a garrafa de cachaça em mãos e uma mochila nas costas segue e senta no piso ali.
O sono lhe vai consumindo e seus olhos se tornam de um peso tremendo, ali encostada a parede ela inicia um cochilo regado a ronco e outros sons.
Passado um tempo ela acorda e vê a sua frente os gatos a olha-la de uma forma estranha, um deles pula em seu rosto a arranhando.
Cleuza grita e sai dali a limpar com as mãos seu rosto que tem alguns riscos em sangue a minar.
- Mais que droga, o que deu em vocês em me agredirem assim, bichanos.
Ela lava o rosto ali na lateral esquerda da igreja numa torneira usada para a limpeza do templo e zelo do jardim externo.
Seca o rosto com as costas das mãos e sente que aos poucos o efeito do álcool vai fugindo-lhe, olha para a sua mochila ali no chão, ao lado o litro de bebida, sente um certo enjoo e vômita ao pé do limoeiro.
Retorna seu olhar para a mochila e ao lado desta uma garota em vestido branco alisa um dos gatos.
- O que faz aqui menina, esta tão tarde, não é horas pra uma garotinha ficar ai pelas ruas, vá dormir, vá para sua casa.
- Me chame, me chame, qual é o meu nome?
Cleuza limpa os olhos com auxilio da camisa de manga longa que traz no corpo.
A garota agoraa seu lado, tem um vestido preto com laço vermelho na cintura.
- Me chame, me chame, qual é o meu nome?
Cleuza fica amendrontada com a aparência da menina que lhe toca seu braço.
A mulher sente um ar gélido tomar conta de si e de seu redor, num súbito ela é levantada como se fosse uma simples folha de papel e jogada contra o muro do jardim.
Ela tenta levantar-se mais é contida por uma força sobrenatural, Cleuza vê por um breve momento seus pais ja mortos há quase 20 anos.
- Mamãe, papai. Nisso ela sofre outro ataque que a derruba no lado oposto ao muro, é levantada e sente uma forte pressão no peito e no pescoço.
Não demora, ela é quebrada ao meio, o som de seus ossos trincando faz os gatos sumirem dali, logo ela cai já sem vida no chão a esvair sangue de sua boca.