Tio Nery
A.M. 3:00
Acordei atordoado no sofá do meu apartamento, a minha cabeça doía e meus olhos formigavam. Horas atrás eu tinha tomado todas numa festa, depois de ter prometido dizer que amava meu amigo Gustav.
Peguei meu celular, uma mensagem da minha mãe: Oi, filho. Te liguei várias vezes e você não atendeu, o seu tio Nery morreu, venha pra cá amanhã cedo. Temos que ir para Juiz de Fora.
Ainda não tinha processado a mensagem, me levantei, fui até a geladeira, peguei uma latinha de cerveja e sentei no sofá. Pensei: Tio Nery morreu, ele era um bom homem, me ensinou a dirigir.
Tomei o último gole e fui em direção ao meu quarto, abri a porta, olhei para minha cama, minha surpresa: tinha alguém deitado.
Gustav, é você? Você que veio me deixar em casa?
Fui em direção a ele, estiquei a mão para pegar no seu ombro, quando tentei pegá-lo, uma força de repulsão me puxou para trás com intensidade. Fiquei assustado e procurei o interruptor para ascender a luz, a luz ascende e consigo enxergar direito meu quarto.
Alguém com a mesma roupa que eu na minha cama, manchas de vinho e sangue, meu Deus! Era eu, eu tinha morrido. Uma força me puxa novamente, tudo se apaga.
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A.M. 3:01
Começo a ouvir Wake me up - Alan Walker.
Era meu alarme, acordo atordoado e suado. Me levanto, saio do quarto, vou até a geladeira, pego uma caixa de leite e sento no sofá.
Peguei meu celular, uma mensagem da minha mãe: Oi filho, te liguei várias vezes e você não atendeu, Tio Nery está muito doente, preciso que você pegue o seu carro e me pegue aqui em casa, para irmos visitá-lo amanhã cedo.