Vontade Perversa 
 
                       As enfermeiras da noite fingiam não ver Amanah. Ela pegava uma chave no atual aposento da mãe para se infiltrar no antigo que cheirava a poeira, naftalina e abandono. Aquele mausoléu de objetos e lembranças a enfeitiçava. Centenas de roupas e joias estavam trancados nos armários do solitário quarto, que ninguém utilizava mais.

                       Vestia um daqueles trajes, dançava e cantarolava, no escuro, ao compasso de uma música imaginária que parecia conhecer desde sempre, com trechos em uma língua que não conhecia. A letra era, mais ou menos, assim:
 
Eu digo sim para o Universo
Eu digo sim para a Beleza
Eu digo sim para o Poder
Eu mereço isso
Eu posso ter
Eu digo sim...
 
                       O pai disse que mãe tinha origem indígena, da tribo cachuianã. E, por isso a menina recebeu o nome de Amanah, água que vem do céu.  Como uma princesa, ela cresceu na confortável solidão, atraída por aquele tesouro que pertencia a uma boneca quebrada, maldita, confinada em uma cômodo no final do corredor e que nunca mais usaria nada daquilo. E, quando devolvia a chave à cômoda, voltava correndo para a cama. Levantava-se às sete da manhã, sentindo-se mais concentrada, mais confiante.

                       E, naquela noite do seu aniversário, não foi diferente: chave, quarto, escolha de peças na coleção — um vestido rodado e longo, cor de vinho, acompanhado de um colar de miçangas, uma pulseira de fibras e enfeites de penas coloridas para os cabelos. Tudo feito para a mãe, mas nunca estreado.

                       Desceu os lances da escadaria, com pompa. Ninguém podia imaginar que aquele vestido, que desenhava o talhe a pincel, fora confeccionado para outra pessoa. No salão principal, deslizou pela pista ao som de uma banda, como se estivesse nos braços desse e daquele, sentindo os olhos dos convidados sobre ela, com o seu nome nos lábios de todos. Sorria, feliz; apenas, sem expressão, o olhar vidrado e vazio indicava que algo estranho acontecia.

                       Ouviu a conversa de dois figurões, parados ao lado do bar. Murmuravam que seu pai podia comprar tudo na vida com a fortuna da pobre esposa, para si e para a putinha da filha. Embriagada pelo champanhe e pelos giros dos rocks, virou-se para responder, mas uma figura se interpôs e segurou-a gentilmente. Sorriu com afeto e puxou-a para o interior da pista.

                       — Quem é você? — indagou, com palavras lentas e confusas.

                       — Sou Aueti... — o rapaz fantasiado de mago-diabo parecia tão real. Soberbo. A carranca retratada no couro de onça só mostrava os olhos globulosos e frios. A pele avermelhada queimava ao contato das mãos. Prendeu-lhe toda a atenção; não lhe metia medo.

                       O casal rodopiava na contradança, Amanah sentia ser arrastada para um portal. Precisava seguir adiante, em busca de mais. Descobrir o que estava escondido dentro dela. Queria se tornar uma só com aquele par. Precisava ser preenchida... física, mental e espiritualmente. Havia algo ali... oculto dentro dele, que não conseguia alcançar, pairando lá no fundo. Uma informação sedutora.

                       — Deixe-me vê-la melhor. Vestido perfeito — Aueti a afastou um pouco.

                       — Era da minha mãe — a garota sorriu, encolhendo os ombros.
                       — Depois desta noite, vai ser para sempre seu e de mais ninguém. — ela enrubesceu com o elogio.

                       O rapaz pediu um beijo. Seria uma aliança maior entre eles. Ela não podia negar e, também, não podia beijar. Não podia. Tentação... A mocinha sentiu que havia ansiado por aquele momento toda a vida, mas que nunca soubera.
 
                       — Amanah! Pare! — de algum lugar distante, alguém a chamava, mas estava ocupada demais, absorvendo a força que vinha do interior daquela presença, uma força amalgamada. Sentimentos despertados, e amplificados. Lábios macios e ansiosos. Famintos. Exigentes. Tão próximos...

                       Mãos fortes a separaram do mascarado, como se arrancassem carne do próprio corpo. Gritou em agonia, quando a conexão foi rompida, resistindo às mãos que a puxavam e seguravam. Tentou arranhar seu captor, que a impedia de desvendar o segredo que espreitava por trás daquele beijo. Desejava a completude daquela união com Aueti.

                       — Cristo do céu! Você me assustou — era o segurança do pai, o anjo-da-guarda, como ironizavam.

                       — Sinto muito. Parecia estar em transe. Dançava e falava sozinha... Apesar das recomendações que não a acordássemos nessas crises, não consegui levá-la de volta para a cama.

                       — Fui agressiva? Ai!  Outra vez...

                       O homem abanou a cabeça. Os braços de Amanah descaíram, e ela piscou repetidas vezes, trazendo o mundo de volta ao foco. Realidade. Não havia festa, nenhum demônio dentro de sua cabeça. Apenas o vestido bordô... que vinha tingido com um gosto amargo de culpa.

                       Uma sensação de solidez instalou-se nela, e não teve que olhar para baixo para saber que o corpo se estabilizara. O momento de loucura estava enterrado, e se dependesse dela jamais afloraria de novo. Uma força vital agora a preenchia, quase transbordando.

                             — Quantas horas são? — a jovem perguntou.

                       — Meia-noite. Hora da Cinderela — o segurança brincou, sem entusiasmo.

                       — Então é melhor apertarmos o passo antes que me transforme em abóbora... — foi a vez de Amanah brincar.
 
                      
        
 
                       Dr. Valério observava a propriedade da janela da biblioteca através da cortina azulada que sua respiração exalava. A filha já era uma mulher, cercada por olhares de cobiça e desejo, de desconfiança e malícia.

                       Em breve, muito em breve, ele não poderia mais protegê-la daquele mundo de sombras que não a merecia e espreitava faminto atrás das paredes da casa.

                       Terminou o cigarro em silêncio e se levantou. Desprendendo-se da escuridão, seguiu, com passos imperceptíveis, até a escadaria, sem olhar para os lados.
 
                       O quarto vivia em uma penumbra perpétua. As cortinas estavam fechadas havia anos e tinham sido costuradas para impedir que vazasse qualquer vislumbre de claridade. A única luz, difusa e fraca, que arranhava as trevas vinha de uma luminária na parede que desenhava o contorno de um leito sinistro, onde se distinguia uma figura estática. O conjunto parecia um carro fúnebre, pensou o homem, observando a silhueta da esposa, imóvel, prostrada na cama, sua prisão desde o nascimento da filha. Nem mais a cadeira de rodas a comportava.

                       Com o passar dos anos, o mal que consumia os ossos tinha entortado o esqueleto de dona Iara até reduzi-la a uma massa irreconhecível de membros em agonia. Um crucifixo de mogno adornava a cabeceira da cama, mas o céu, em sua infinita crueldade, não lhe concedia a bênção da morte.

                       A culpa é minha. Meu castigo — pensava o homem ouvindo o som da respiração torturada misturado com o eco dos sapos e grilos no jardim, que se ouvia pelas cortinas entreabertas.

                           — Deixe-nos — ordenou. — Está dormindo?  

                       — Não, senhor, mas já lhe dei a injeção da noite. Passou a tarde inteira inquieta. Agora está melhor — respondeu a enfermeira, que saiu fechando a porta.

                       O marido sentou-se em um lado da cama. Fechou os olhos por um instante e ouviu a respiração cortada, deixando-se impregnar pelo odor ácido que o corpo dela exalava, perturbado pelo som das unhas arranhando o lençol. Quando se virou, com um sorriso impostado nos lábios e a expressão de calma e afeto congelada no rosto, percebeu que a esposa o encarava com olhos de fogo.

                       Aquela doença, que os médicos mais caros não conseguiram curar, nem nomear, tinha deformado as mãos até transformá-las em nós de pele áspera, como garras de um réptil ou de uma ave-de-rapina. Ele pegou o que tinha sido a mão direita da esposa, enfrentando um olhar aceso de raiva e de dor. Talvez de ódio. A ideia de que aquela criatura ainda tivesse um fiapo de afeto por ele ou pelo mundo lhe parecia excessivamente cruel.

                       — Boa noite! — Iara, praticamente perdera as cordas vocais e formar palavras lhe exigia esforço imenso. Mesmo assim, respondeu com um gemido gutural que parecia se arrancar do mais profundo daquele corpo deformado, que se intuía sob os lençóis.

                       — Soube que passou um dia ruim — continuou ele. — O remédio vai fazer efeito logo e descansará — não desfez o sorriso nem soltou aquela mão que lhe inspirava repugnância e medo.

                       Enquanto recitava o ritual de banalidades, seu olhar pousou na bandejinha de instrumentos metálicos e seringas, sobre uma mesa de metal coberta com veludo vermelho, junto à cama. As ampolas de morfina brilhavam sob a luz como pedras preciosas. A doente tinha seguido a direção de seu olhar e agora os olhos dela se cravaram nele em um gesto de súplica, com o rosto banhado em lágrimas.

                       A cena transcorria como todos os dias. Ele falaria em voz baixa por alguns minutos, enquanto segurava sua mão e ela o observaria com aquele olhar de fogo até a morfina adormecer a dor e a fúria e assim ele poder deixar aquele quarto no fundo do corredor e só voltar na noite seguinte. Mas, naquela noite especial, ele precisou acrescentar as palavras:

                       — Você nunca se cansava de dizer que “toda magia tem seu preço” — Valério inclinou-se para beijá-la na testa, suspirando. — Deu-nos tudo que podia com a sua bruxaria de wicca: dinheiro, poder, conforto. Até uma filha! Você era estéril!!! E foi a última coisa... Vontade sua? Minha? Vontade perversa... Você, em troca de uma criança, deu a própria vida — voz em suspenso, palavras ocas perdidas no ar. O coto de mulher nada mais ouvia. E, continuou:

                       — Tenho certeza de que Amanah está sendo seduzida pelo mal. Não permitirei que seja levada também — falava para si mesmo.

                       Saiu de volta para o escritório.
                      
                       Assim que introduziu a chave na fechadura, percebeu que a porta estava destrancada. Valério encostou-se na parede e girou lentamente a maçaneta redonda. A porta de carvalho se deslocou suave, impulsionada pelo próprio peso. Um halo azulado entrava pelas janelas permitindo que distinguisse a grande escrivaninha, a poltrona pesada, a estante oval e o sofá de couro sobre o tapete persa.

                       Nada se movia nas sombras. Apalpou a parede procurando o interruptor e acendeu a luz. Não havia ninguém.

                       Pensou, sem convicção que, talvez, tivesse esquecido de fechar, quando saiu. Parou no centro do cômodo olhando em volta com cuidado. Havia um envelope tamanho fólio de cor bege sobre a forração de couro da escrivaninha. Sentiu os pelos das mãos se eriçarem e um sopro de ar gelado percorreu suas vísceras.
                      
                      Valério continuava imóvel observando aquele envelope de pergaminho como se fosse uma cobra prestes a pular em seu pescoço. Contornou a mesa e foi se sentar, com os punhos sob o queixo. Esperou quase um minuto antes de apalpar o envelope... Sentindo o pulso acelerar, enfiou o dedo sob o lacre e abriu. Levantou-o por uma ponta e o conteúdo deslizou para o tampo da mesa.


                       O livro, encadernado em couro preto, não tinha qualquer título. Não precisava: sabia que era o antigo livro de instruções usado pela esposa. Poções poderosas, ela dizia.

                       Havia um bilhete entre as páginas do livro. Uma folha amarelada, arrancada de um caderno e pautada com linhas vermelhas: o desenho de pentagrama e uma lista de números. Ao pé, em tinta vermelha, lia-se:

 
Seu tempo está acabando.
Você tem uma última oportunidade.
Na entrada do labirinto.

 
                       Valério ficou sem ar. As mãos tremiam. Fechou o punho, apertando com força. Desejou que o piso se abrisse e o engolisse inteiro, para que pudesse fugir daquele pesadelo. Antes de perceber o que estava fazendo, suas mãos tatearam na gaveta principal da mesa e tiraram o revólver que guardava ali. Então ouviu passos na escada e a voz da filha falando com o segurança. Guardou a arma na gaveta e enxugou as lágrimas com a manga da camisa.
 
        
                      
                           — Tudo bem, senhor? — perguntou o segurança.

                       — Deixe-me sozinho. — sabia que o homem nada poderia fazer.

                       — Senhor? É sua filha — o segurança chamou novamente — teve outra crise... Fez coisas dormindo.

                            — Deixe entrar — respondeu com a voz trêmula.

                       A porta se abriu e Amanah entrou envergando, ainda, o vestido bordô, com um sorriso encantado, que se evaporou assim que pôs os olhos no pai.

                            — Está bem, papai?

                          — Claro. E, vendo você, melhor ainda — ele deu um sorriso forçado e se levantou para a abraçar. Estava claramente abalado. E, piorou enquanto ouvia a jovem lhe contar sobre o sonho aflitivo, o parceiro de dança e os estranhos sentimentos despertados.

                       Com um abraço forte, ele enfiou o rosto nos cabelos longos, cheirando-os como fazia quando Amanah era criança; parecia pensar que inspirando o aroma da pele dela pudesse protegê-la de todos os males.

                       — O que houve, papai?  Sabe que não pode me enganar. Aos outros sim, mas a mim não...
                       — Nada. A noite se complicou. Você sabe como é... — estalou a língua baixinho, repreendendo-a; mas sabia qual era o preço pela vida da filha.

                       — É. Sei... — Ela circulou pelo mundo secreto do pai, cheio de livros e armários fechados, acariciando com as pontas dos dedos as lombadas dos volumes nas estantes. Notou que ele a observava com os olhos nublados:

                       — Não vai mesmo me dizer o que está acontecendo?

                    — Sabe que eu amo você mais que tudo e que me deixa muito orgulhoso? — A voz dele era um fiapo; seu brio e sua arrogância tinham sido cortados pela raiz.

                       — Claro, papai... Eu também — ela nunca teve coragem de perguntar a razão do medo. Bastava ver a expressão ausente e o olhar envenenado de mágoa que o pai carregava.

                       — Isso é que importa. Aconteça o que acontecer — sorria, mas a filha percebia que lacrimejava. Nunca o vira chorar... Era como se o mundo desabasse.

                       — Diga ao anjo que entre — enxugou as lágrimas e deu as costas, olhando o jardim pela janela.


                         — Boa noite, papai — Amanah murmurou.

                       O vigilante já entrava, com semblante metálico e impenetrável, que causava arrepios. A garota virou-se para olhar, mas, suavemente, fecharam a porta. Então ela colou a orelha na porta:

                       — Chegou a hora — ouviu o pai dizer. — Ele veio aqui. É uma vida por outra... meu Deus! — fez-se um longo silêncio.
                      
                          — Não é possível!!!


                       — Não posso me esconder mais. Posso contar com você?
                       — Claro, senhor. Quando?

                       — Ao amanhecer — era como se ele temesse alguma coisa, como se algo fosse sair das paredes e lhe enfiar um punhal nas costas.
                   
                        Amanah ouviu passos próximos da porta; saiu correndo e não parou até alcançar o quarto. Encostou-se na parede e escorregou até o chão, sentindo que uma maldição havia incendiado o ar e que aquela seria a última noite do turvo conto-de-fadas encenado durante anos.


                       Sempre se lembraria daquela manhã com uma alvorada cinza e fria, como se o inverno tivesse decidido cair de repente, mergulhando a mansão em um lago de neblina emanada pelo umbral da mata. Acordou com um fiozinho de claridade metálica que arranhava as janelas. Adormeceu ainda com o vestido.
                      

                       Amanah saiu descalça do quarto. Atravessou o corredor sombrio rumo ao do pai.  Abriu a porta sem bater. A cama estava arrumada. A xícara de chá de camomila na mesinha, intacta. Às vezes, ela se perguntava se o pai ainda dormia...

                       Abriu a janela, e o frio úmido da manhã lambeu seu rosto. Um tapete de névoa espessa deslizava sobre o jardim, arrastando-se como uma serpente. O céu estava cheio de nuvens negras que se deslocavam lentamente e pareciam trazer uma tempestade. A casa imersa em silêncio profundo.

                       Foi o bater de asas de um bando de pássaros levantando voo no jardim que a alertou. Pela janela avistou duas silhuetas se encaminhando para a garagem. Colou o rosto no vidro. Uma das figuras parou e se virou para olhar em sua direção, como se tivesse sentido os olhos pousando em si.  Sorriu para o pai, que a observava sem expressão alguma, com o rosto pálido e mais velho do que nunca. Por fim, Valério abaixou os olhos e entrou na garagem junto com o segurança.

                       Amanah teve uma sensação de pânico. Mil vezes, aquele instante aparecera em pesadelos, sem que soubesse o que significava. Correu escada abaixo, tropeçando em móveis e tapetes nas trevas penetrantes do amanhecer.  Quando alcançou o jardim, a brisa fria e cortante cuspiu-lhe no rosto. Disparou para a garagem, mas antes que a alcançasse ouviu o som do carro partindo e as rodas avançando na pista de cascalho.

                       Quando chegou ao caminho principal, que levava ao portão da casa, o veículo já se afastava com pressa. Correu atrás dele, ignorando os cortes que pedras afiadas faziam em meus pés. No instante em que a distância engolia o automóvel, conseguiu ver que o pai se virava e lhe lançava um olhar através do para-brisa. Continuou correndo até que o barulho do motor se perdeu e o portão gradeado se fechou.

                       Uma hora depois, Amanah estava sentada na beira da piscina, com os pés pendurados em cima da água tingida com fios do próprio sangue. Imaginava que, naquele instante, o pai colocava o cano na boca e puxava o cão. Ele estava enjoado, mas segurava o revólver com as duas mãos e mantinha os olhos fechados para conter as lágrimas que lhe desciam pelo rosto. A arma tinha gosto de óleo e pólvora.


                       Ela tremia de frio, quando, envolvida em um cobertor, foi levada para casa. Começava a cair uma chuva rala. Um vento hostil se agitava entre as árvores. Um buraco engolia todas as respostas de que ela precisava, roubava o ar dos pulmões e arrancava o chão dos pés. Estava na beirada da cratera, equilibrando-se sobre o vazio. Olhava para as sombras profundas, desejando que o conhecimento que seu pai, levou consigo pudesse de alguma forma se erguer no ar como poeira e chegar até ela. Essa seria a única maneira de resolver aquele maldito quebra-cabeça.

                       Dezessete anos! Pedira, como presente, uma festa à fantasia, que somente aconteceu em um pesadelo. Já havia passado o tempo de bonecas e contos-de-fadas. A mãe se ia pouco a  pouco. De menina, ela só conservava o riso e o amor pelo pai. Não o tinha mais.
                       Amanah, assim, percebeu que estava sozinha.  A casa começava a morrer...
 
 
 
                      
Temas: magia, sonambulismo