A Voz - Miniconto
Não sou um assassino profissional, mas preciso matar para continuar vivendo. Pelo menos uma pessoa por dia. É o que diz “a voz”. O motivo para matar e o modo de execução não importam. Só importa a morte de alguém. Também é irrelevante a idade, o sexo, a cor da pele e o grau de parentesco ou de amizade da pessoa a ser morta comigo, desde que ela morra. Meus dias estão contados. “A voz” é implacável. Ela não perdoa. Há outros como eu, que não querem mais matar, mas eles não duram muito. “A voz” sempre os acha. Sempre. Seja em suas casas, nos hospícios, nas prisões ou em seus subconscientes. Pessoas morrem todos os dias. Faz parte da vida. Eu não quero morrer: quero viver! Por isso, preciso obedecer “a voz” e, para isso, meu caro amigo, você deve morrer: agora! Bang! Bang! Bang! Bang! Bang! Bang!
FIM