Não fale com eles!

Na vila de Sokio, havia uma família estrangeira, recém-chegada da Califórnia.

Paulo, Megan e seus dois filhos, Timóteo e Sarah.

Chegando à Sokio, a família hospedou-se em uma casa alugada.

Paulo era um repórter à procura de uma nova investigação. Dois anos após a morte do marido, Megan casou-se com Paulo. Sarah sofria de esquizofrenia por conta da morte do pai, segundo sua mãe, ele havia sido atacado por bandidos e foi assassinado, porém nunca haviam achado o corpo. Timóteo é o caçula da família, ele sempre tentava ganhar a atenção de sua irmã fazendo brincadeiras, porém nunca obtinha sucesso.

A família conheceu a Sra. Carrie, uma vizinha muito simpática. A mesma elogiava os cabelos loiros de Megan e trazia doces caseiros para Timóteo ao visitar a família. Ela era uma senhora sozinha, não tinha parentes e vivia alí há cinco anos, desde que seu marido cometera suicídio.

Certa vez, a família decidiu fazer uma visita à casa da Sra. Carrie, porém ela nunca estava em casa. Então Paulo e Megan foram à procura de informações de outros vizinhos sobre o paradeiro da idosa, porém as pessoas simplesmente não falavam, não respondiam, não olhavam e passavam direto sem interagir de forma alguma com os estrangeiros. Indignada, Megan segurou no braço de uma menina que passava por alí e perguntou com um tom rude:

— Ei, você aí! Você conhece a Sra. Carrie? Você sabe onde ela está? E de repente a menina parou, olhou para o rosto de Megan de forma sinistra, como se estivesse implorando por ajuda e num instante berrou alto a fim de alertar a todos à sua volta.

Após isso, a menina agarrou-se ao corpo de Megan, a família era perseguida por pessoas que se encontravam na rua e presenciaram a situação.

Ao fugirem para dentro de casa, chamaram a polícia local. Ao chegar, a polícia foi invadindo a casa, prendendo o casal.

Sem entender o que estava acontecendo, Megan debateu-se até chegar à delegacia:

— Não podem me levar... E os meus filhos?

— Acalme-se querida, nós vamos dar um jeito. Só temos que provar que isso tudo foi um engano. –disse Paulo.

— E como você vai fazer isso? Por acaso sabe falar a língua deles? –respondeu Megan, afoita.

— Sim, eu estive treinando atamésp há um tempo –afirmou Paulo.

Após isso, Paulo explicou que houve um engano, mas os policiais não ligaram e os prenderam.

Após três horas, o casal recebeu uma ligação da Sra. Carrie alegando estar tomando conta das crianças. Acalmando assim a preocupação de Megan. A Sra. Carrie negociou com os policiais e conseguiu libertar o casal da prisão, após isso, a mesma contou que em Sokio, é proibido o ato de encostar-se a uma pessoa estranha, isso é considerado um crime, assim como falar com estrangeiros. Cada crime cometido pelos habitantes recebe uma pena, pode ser desde uma prisão até ser queimado vivo.

— E o que aconteceu com aquela menina que eu toquei? –perguntou Megan a Sr. Carrie.

— Ela foi sentenciada à morte. –explicou a idosa.

Com a curiosidade mais forte que a consciência, Paulo decide pegar sua câmera e fazer uma reportagem solo.

Aos poucos, investigando sobre os costumes e a cultura do povo de Sokio, Paulo acaba descobrindo uma tradição passada de geração a geração entre as pessoas desde lugar. Há um cemitério só para estrangeiros, onde há inúmeras pilhas de ossos de pessoas que visitaram Sokio pela última vez.

Então após informar tudo o que aprendeu para Megan, a mesma fica furiosa por ele estar arriscando a vida dele pela reportagem.

Antes de fechar a reportagem, Paulo decide chamar a Sra. Carrie.

— Bom dia Sr. Paulo, como posso ajuda-lo? –pergunta gentilmente a senhora.

— Eu estou trabalhando em uma reportagem sobre a cultura do povo deste lugar, então achei que a senhora poderia me ajudar com algumas informações...

— Bem, me desculpe senhor, mas acho que não posso lhe ajudar com isso. – responde Carrie.

— Mas por que não senhora? –Indaga o homem.

— Ai, ai, ai. Vocês turistas não aprendem mesmo não é? –responde Carrie num tom mais sombrio.

— Acha que eu não sei o que você anda fazendo Sr. Paulo?

Andando por aí, se metendo onde não devia... –resmungou Carrie.

Repentinamente, a idosa retirou a faca de cortar pão da mesa e a enterrou no pescoço de Paulo, pondo fim à sua vida.

Megan, munida de uma tábua grossa deu uma pancada na cabeça da Sra. Carrie, a mesma desmaiou. Enquanto isso, Megan pegou as crianças e fugiu de carro. Megan estava horrorizada com a cena do marido morto na cozinha.

Ao chegar próximo à saída de Sokio, seu carro foi atacado tendo seus pneus furados com facas e outros objetos pontiagudos.

Megan foi retirada à força do automóvel e torturada como pena por abandonar o lugar sem permissão. O povo de Sokio amarrou seus filhos em um tronco de madeira e os queimou vivos. Enquanto Megan teve sua pele totalmente retirada de seu corpo e sua carne foi servida como um ritual de canibalismo coletivo legalizado pelo povo da vila.

Um ano depois, um grupo de jovens de uma região vizinha decidiu acampar em Sokio durante as férias de verão. Mal sabiam o que esperava por eles(...)