DOIS VAMPIROS ESTRANHOS

O homem deitou-se na cama, praticamente caiu sobre ela pesadamente com seu corpo cansado. Estava exausto, mantinha, no entanto, um sorriso estranho de satisfação, seu hálito era terrível, exalava o cheiro de sangue. Nem tirou a capa preta que vestia, estava em êxtase profundo, suas pálpebras se mexiam com intensidade, mas enfim o cansaço o venceu e entrou em sono profundo.

   A noite avançava e beirava a madrugada, esse homem dormia profundamente, o vento soprou forte e abriu a janela do quarto. Um vulto adentrou através dela numa velocidade impressionante, era pequeno e voava desnorteado pelo quarto, sobrevoou aquele corpo que repousava e pousou próximo da cabeceira da cama. Foi tomando forma estranha até se transformar num ser humano. Observou o homem que dormia e sorriu de satisfação mostrando um par de caninos.

Demorou apenas alguns minutos para cravar os dentes naquele pescoço desprotegido, nenhuma reação pôde fazer o dorminhoco, seu sangue foi sugado e a criatura que também usava uma capa preta foi se transformando até voltar ao que era antes de entrar naquele dormitório sumindo pelo mesmo local por onde entrou. O homem com duas perfurações no pescoço abriu os olhos repentinamente, passou a mão na garganta e riu, era um sorriso sarcástico, parecia não estar preocupado com o que acabou de acontecer. Sofreu uma metamorfose idêntica ao outro e voou rapidamente ultrapassando a janela tomando destino ignorado.

  

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 15/11/2019
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