O dia que vi o diabo.

Sempre gostei de sair de casa a noite, era um ambiente desagradável, meus pais passavam maior parte da noite brigando entre si por conta de ciúmes por parte dele, quando não era isso, era por conta de dinheiro. Se era pra passar a noite em um ambiente hostil que fosse nos bares, ao menos lá às brigas faziam mais sentido, não pensava duas vezes em me envolver nas brigas de bares, por sinuca, por algum folgado falando alto demais.

Era uma noite gelada de sexta-feira, havia acabado de sair do bar, enquanto caminhava pela calçada algo me fez olhar para o alto, não sei o que, normalmente eu andava pensativo olhando para baixo, mas aquela noite foi diferente e quando olhei para cima vi o diabo debruçado na sacada. Tinha a pele clara, seus olhos eram fina arte, puxados e misteriosos, o cabelo escuro era comprido e com uma franja extremamente charmosa, lábios rosados de falsa inocência, parei e fiquei encarando o diabo, com um sorriso oriental me convidou e eu fui.

Na manhã seguinte o diabo não estava mais lá, apenas uma cama vazia e bagunçada, desde então carrego o inferno em meu coração, ninguém é tão bonita quanto ela, ninguém desenha como ela, ninguém escreve como ela, não tem puta mais gostosa que ela, e com o inferno no coração não tenho espaço para outra, qualquer outro nome que ali entra é incinerado instantaneamente.