Vozes - O assassino do telefone - Parte III

Alguns dias depois do ocorrido, a rotina volta a bater. Era casa, trabalho, humilhação, casa, choro, cama e sono... Voltei ao ciclo que tanto me fazia mal. Melhor dizendo... ainda faz.

__Maldito emprego! __ exclamo.

Queria sair de lá, entretanto eu não havia conseguido nenhum outro lugar. Estava com as mãos atadas e sem opção. Tive que continuar ali, engolindo sapos todos os dias, afinal eu tenho contas a pagar. Só que... hoje foi diferente. Eu acordei com uma disposição que eu não acreditava que estava tendo. Tomei banho e acredite se quiser eu estava animado para ir para o trabalho.

__O que está acontecendo comigo?

Eu fiquei assim por exatos 6 dias. Achei que algo tinha mudado dentro de mim, que os remédios finalmente estavam fazendo efeito e que finalmente eu me sentia bem independente do que acontecia.

No sétimo dia eu acordei feliz. Assim como nos dias anteriores eu me sentia vivo e cheio de energia. Até mesmo sentia prazer em ir trabalhar, sabe? Era bizarro um lugar que me fazia tão mal me dar essa energia, apesar de ter quase certeza que era por causa dos remédios. Eu levantei da minha cama, tomei um banho e após sair de casa aproveitei para passar no mercado para comprar um doce. Eu estava faminto por chocolate e não sabia o porquê... Somente que por algum motivo se eu não tivesse algo com açúcar eu ficaria louco.

__Acho que a TPM masculina chegou finalmente em mim, hahaha.

Após passar no mercado e comprar três barras de chocolate eu fui para o ponto de ônibus e me senti ansioso para chegar ao trabalho, eu não me reconhecia.

__Esse ônibus não chega logo.

Eu fiquei tão irritado que não percebi que a minha feição era de raiva, tanto que as pessoas ao meu redor começaram a se afastar.

__Mas que merda! porque me sinto assim? eu realmente não estou batendo bem mesmo... __ penso, sabendo que meus pensamentos e ações são completamente diferentes. __ Tenho que me acalmar. Eu n...

Nesse momento sinto um calafrio e uma dor forte nas costas, como se algo me arranhasse.

__Mas que porra é essa?

Me viro assustado para descobrir quem fez aquilo, no entanto, não á ninguém atrás de mim. Pudera, eu estava agindo feito doido. Fazia sentido as pessoas se afastarem de mim. Passei, as mãos nas costas, mas não senti mais nada. Não havia dor e nem mesmo sangue. Pouco depois disso eu comecei então a ficar tonto e decidi abrir um dos pacotes de chocolate. Alguns minutos depois o ônibus chegou. A dor e a ansiedade passaram, entretanto, eu ainda estava submerso em raiva. eu passei a viagem toda assim.

__Finalmente cheguei __dizia após descer do ônibus, apesar do meu coração dizer o contrário.

Entrei no trabalho e o clima estava tenso. Parece que ocorreu uma queda geral no sistema da empresa e ficamos com inoperância, no entanto, as ligações caiam normalmente nas Avayas, ou seja, tínhamos que atender sem sistema. Achei uma P.A em um lugar mais isolado, aonde tinha apenas dois amigos. Paulo, um garoto franzino e com sotaque português e Rafaela uma morena de olhos gentis e sorriso frouxo. Rafaela tinha chegado umas duas horas e estava em um atendimento tranquilo, diferente de Paulo que por conta do nervosismo gaguejava enquanto tentava reverter a insatisfação do cliente.

__Eu entendo, mas senhor Vladimir o sist....

Eu o via suar enquanto o cliente cortava cada fala dele, pois o cliente não aceitava que o sistema estava inoperante. Paulo ficou tão irritado que depois daquele atendimento ele jogou o Headset na mesa e simplesmente foi embora.

__Vai ser mais um dia daqueles.

Era o que eu pensava, e o meu coração já sentia angustia, todavia, algo me incomodava.

__Thiago, você está bem? __Perguntou Rafaela olhando para mim assustada.

__Como assim?

__Você está sorrindo, de um jeito, be...bem assustador.

Nessa hora eu percebi o que me incomodava... eu estava sorrindo. Mas porquê? Eu sempre odiei atender clientes assim, então não fazia sentido nenhum o meu comportamento.

__Eu só estou um pouco empolgado.

Rafaela não falou mais nada, tentou não me encarar, no entanto, demonstrava sem pretensão que estava com medo.

__Realmente tem algo errado. __Exclamei baixo para que ela não me ouvisse.

Mesmo achando estranho o que acontecia eu me sentei e comecei a me organizar para atender. Por conta da inoperância não havia sentido abrir os outros sistemas, apenas o de login. Apenas arrumei o Headset com a espuma e o caninho e coloquei como disponível. Esse dia havia fila na ura, o que fez com que caísse uma ligação de imediato.

__Olá boa tarde, eu sou o representante Thiago, com quem eu falo?

__Oh meu querido, aqui quem fala é Lucélia. Sabe bem, minha conta desse mês não chegou, então eu estou ligando para pedir a minha segunda via da fatura.

__Olá senhora Lucélia. Lamento, mas o sistema está inoperante e não temos previsão para a volta, estamos com um alerta de 24 horas.

__Jura? Eu precisava muito dessa conta, eu não a recebi por correio.

__Você já chegou a tentar conseguir a conta pelo site ou aplicativo?

__Desculpa eu não sei mexer com isso, sabe, a gente de idade fica perdido com essas coisas de tecnologia né! tanto que só tenho linha telefônica.

__A linha está no seu CPF?

__Sim.

__Bom, você pode ir em uma lotérica e informar o número do telefone e/ou o CPF, eles muitas vezes conseguem puxar pelo sistema deles.

__Muito obrigada querido! Eu irei fazer isso.

__Que isso, ficou com alguma dúvida?

__Nenhuma não bem, obrigada.

__Não seja por isso, tenha uma ótima tarde e tudo de bom para a senhora.

__Pra você também jovem, Deus te abençoe.

Quando a cliente desligou eu não fiquei feliz. Foi bizarro, mas por algum motivo essa ligação não me satisfez. Era boa demais. Tinha algo que eu precisava e não foi de primeira, nem de segunda... demorou algumas horas, até que uma finalmente aconteceu.

__Olá boa noite, eu sou o representante Thiago, com quem eu falo?

__Boa noite? Só se for pra você...

Nessa hora o arrepio na espinha voltou e eu abri um sorriso.

__Senhor o que está acontecendo, eu farei de tudo pra ajudar.

__O que está acontecendo? Você ainda tem a pachorra de me perguntar isso depois do que fizeram comigo?

Ai, ai... é daqueles cliente que acham que nós somos a empresa... a clássica situação em que o cliente acha que quando cai a ligação na Avaya automaticamente vem todo o histórico na nossa mente, como se fossemos robôs. Se bem que as vezes eu me sinto como um de tanto estar no modo automático.

__Senhor, eu acabei de receber a sua ligação, preciso que o senhor me exp...

__Típico de vocês, quantas vezes eu preciso ligar para ter um bom atendimento? Preciso ir na Anatel para resolver isso?

Lá vem, a típica ameaça de contatar a Anatel. A empresa pode até se preocupar com isso, mas o atendente não. Ele tá ali para fazer o seu trabalho e nada mais. Na verdade, nós ficamos nos perguntando do porque vocês ainda não foram? porque tem que entrar em contato conosco e ameaçar que irão fazer isso?

__Senhor acalme-se, não é necessário acion...

__que não é necessário? Só assim para vocês fazerem o maldito do trabalho de vocês.

__Senhor, poderia me dizer o que está acont...

__Olha aí no sistema, vai tá tudo ai... Para de ser preguiçoso e olha a merda do sistema. Já liguei várias vezes e nem isso vocês fazem.

__O senhor poderia calar a boca, por favor?

__O que, você falou, ah? __Exclamou de forma voraz.

__Se o senhor não calar a boca, não poderá ouvir o que precisa ouvir, não sabe como funciona uma conversa?

__Mas que mer...

__Agora é minha vez de falar senhor. Pessoas como você não entender nada do que acontece deste lado e quer ditar tudo. Sabe, parece até aqueles típicos pais que ameaçam os filhos que se eles não fizerem tal coisa não vão ter sobremesa no jantar, ou não vão ganhar algo que querem. se bem que no seu caso parece aquelas mulheres que quando você pergunta o porquê de ela estar brava ela responde "não sei, me diz você".

Ahhhh, como aquilo por algum motivo estava me satisfazendo, será que virei masoquista? realmente cheguei a cogitar. Opinião que mudou após eu ficar extremamente feliz por causa de uns estalos que começaram a surgir na ligação.

__Está vindo __falei com um tom bem alegre.

__O que está vindo? maluco. Você não vai me atender direito desgraçado? Fica falando um monte de merda e não quer resolver o meu problema.

__Senhor, é uma pena. Mas sinto lhe informar que o sistema está inoperante, sem prazo pra retorno. Estamos com fraseologia de 24 horas __falei em tom de deboche.

__Que inoperância o que, você não quer me atender, é igual aos vagabundos daí, tudo bando de puta e vagabundo __os estalos aumentavam __ E você seu pobre de merda, passa logo para o seu supervisor que ele como como um bom cachorrinho vai fazer o seu maldito trabalho. Anda logo, chama o supervisor.

Fiquei em silêncio apreciando o chilique do cliente

_Desaprendeu a falar? Passa logo para o seu supervisor. Não vai passar? Você se quer sabe quem eu sou? Eu sou Vladimir Alcântara de Queiroz Junior, eu sou uma autoridade e vocês estão brincando com fogo.

Vladimir? Lembrei que Paulo antes de sair puto atendeu um cliente com esse nome.

__Nossa, mas como eu tenho sorte! __ Exclamei.

Os estalos aumentaram tanto que chegou ao ponto de quase não o ouvir mais. Eu estava animado com isso, mas eu não sabia o porquê. Na minha cabeça eu estava angustiado e querendo que tudo aquilo acabasse. Porém, as palavras que saiam da minha boca diziam outra coisa. Então eu finalmente entendi... Era aquilo de novo, aquele transe, mas... desde quando eu estou nele?

__Mate-o... Vamos, eu sei o que você quer.

__Eu...

__Vamos, é só pedir que eu faço, eu farei tudo por você enquanto estiver do seu lado, me alimente.

Eu então abri um sorriso e falei.

__Faça.

__Então, vamos começar...

A estática então parou e o cliente estava gritando feito um doido, estava realmente puto.

__Senhor Vladimir, o senhor tem medo do escuro?

__O que?

__Ahhh. Que desanimador. Por que vocês sempre perguntam a mesma coisa? Podia alguém ter uma reação original. Sei lá, assim não é divertido.

__Olha moleque, você está maluco? só pode, o pior nível de ser humano trabalha com isso.

__O pior nível? Tem certeza que tem o direito de falar isso? depois de deixar a sua mãe naquela escuridão definhando sozinha naquele quarto de hospital? __ falei com um tom de ameaça. Apesar de não saber o porquê eu estava falando aquilo.

__O... qu.... quem é você? __Vladimir respondia estupefato.

__Aqueles que se acham seres superiores ainda não conheceram o medo. No entanto, acho que talvez você sinta o gosto... pelo menos um pouco, não é mesmo? Chego a ouvir o seu estomago roncar. Ou seria o da sua mãe? Ah, eu não sei, mas não se preocupe. Está na hora dela se alimentar... Quem sabe assim você veja a mesma escuridão que ela, afinal para pessoas como você a ligação para o inferno é DDD.

__Seu doente, maníaco, eu vou processar essa empresa, você vai perder o emprego...

__Bla, bla, bla. Senhor... eu estava tão feliz e agora você se mostra desse jeito. Mas, fazer o que? pelo jeito também terei que te calar igual você fez com ela.

O som de estática volta e por fim eu começo a ouvir sons de gritos ao fundo, repetidos por um me desculpe. Aquilo me fazia arrepiar! Eu queria mais e mais daquilo. Em meio aos gritos de Vladimir pude ouvir uma voz feminina gargalhar. Por puro impulso comecei a gargalhar também. Nesta hora algumas pessoas ao longe começaram a estranhar o barulho da risada. Rafaela que tinha acabado de tirar sua última pausa voltava para a P.A quando me encontrou rindo descontroladamente e se assustou. Eu queria parar, mas não conseguia. Eu olhava ao redor e para pedir ajuda. Quanto meu olhar se cruzou com o de Rafaela a mesma ao ver o meu rosto deu um grito e saiu correndo. Comecei então a chorar em meio as gargalhadas. Era uma sensação horrível. Todavia, as gargalhadas cessaram assim que eu olhei para cima.

__Mas que merd...

Ali eu vi coisa mais repugnante que já vi na vida! O teto estava todo coberto por uma gosma preta e havia um olho gigante olhando para mim. Fiquei estarrecido, enquanto eu olhava aquilo, tanto que me fez paralisar na hora. Comecei então a sentir os meus olhos virarem para trás e meu corpo tremer fortemente. Meu corpo foi se inclinando para trás aos poucos junto a cadeira. Parecia que o tempo estava lento e quando percebi meu corpo caiu no chão. Tentei falar algo. Sem sucesso, pois comecei a convulsionar e a espumar pela boca. O que me impedia de falar e dificultava a minha respiração. Ao fundo ouço vários passos vindo em minha direção e minha Supervisora gritando para todos se afastarem, para chamarem os bombeiros de plantão, pois eu estava convulsionando. No entanto, em uma convulsão eu não teria ficado inconsciente?

__Thiago, consegue me ouvir? Thiago?

Ouço as palavras dela, porém em vão, estava sufocando cada vez mais e não conseguia controlar o meu corpo. Eu conseguia sentir as pessoas tentando se aproximar. No meio de todo o burburinho um som específico de passos desordenadamente apressados se destacava. Eu sabia o que era. Antes de finalmente apagar eu ouvi no pé do ouvido a mesma voz que ouvi no hospital e no meu quarto.

__Você o viu, não é? Bom trabalho. Continue alimentando aquele que nasceu de você, precisamos dele.

Acordei em um leito de hospital duas horas depois da convulsão. A supervisora havia me acompanhado até o hospital, contudo ela já havia voltado para a empresa.

__Thiago?

Ouço uma voz doce e impulsivamente tento me levantar.

__Calma, vamos. Deite novamente. __ Senti mãos me ajudarem a deitar novamente, aos poucos começo a ter uma noção maior do que acontece em minha volta.

__Thiago, eu sou a Dr. Amanda. Como você está se sentindo?

__O que está acontecendo? __Indaguei com a voz embargada.

__Você passou mal no trabalho, por sorte os primeiros socorros foram rápidos e efetivos.

Nesta hora entrou um paramédico, ele havia me trazido ao hospital. Pelo jeito eu convulsionei por muito tempo e foi difícil me trazer de volta. Eu tentei me levantar novamente, todavia, estava tonto demais. Dr. Amanda tentou novamente me impedir, mas meu corpo não obedecia ao meu comando. Acabei empurrando-a e depois após tentar andar meu corpo desfaleceu novamente. Lá vinha mais uma convulsão.

Depois de algumas horas eu acordei novamente. Estava amarrado na cama, fiquei assustado e comecei a chamar por alguém. Por sorte uma enfermeira estava no corredor veio me acalmar. Chamou a Dr. Amanda que prontamente me explicou o ocorrido. Aparentemente, quando desmaiei pela segunda vez tive diversas convulsões. Meu corpo se contraia entre as crises, e quando eu não estava entre elas eu era agressivo e acabei machucando algumas pessoas.

__Me desculpe, eu não queria machucar ninguém.

__Eu sei Thiago, foi algo involuntário.

__Você poderia me tirar dessas amarras?

__Lamento, mas eu ainda não posso. Pois você pode ter outra crise e estamos com a equipe reduzida por conta do horário. Nós fizemos alguns exames como o eletroencefalograma e toxicológico para determinar o que causou a convulsão. Acredito que você possa ter algum problema neurológico não diagnosticado e que por algum motivo acabou se desenvolvendo.

Ela falava e falava e eu não entendia nada.

__Desculpe, mas não consigo acompanhar.

__Tudo bem. Nós vamos descobrir o que está ocorrendo. Amanhã faremos uma tomografia computadorizada e uma ressonância magnética do crânio para tentar identificar o que está acontecendo.

Eu fiquei novamente zonzo, mas dessa vez foi diferente. Senti uma dor no peito, como se algo rasgasse dentro de mim. Comecei a gritar, assustando a médica que já se preparou para outro ataque.

__TIRA ISSO DE MIM! FAZ ISSO PARAR PELO AMOR DE DEUS.

Aos berros eu implorava para que aquela dor parasse. Outras pessoas entraram no quarto para me socorrer. A dor era tão forte que de tanto me debater eu rasguei as amarras e tentei desesperadamente sair dali. As pessoas tentavam me segurar inutilmente. Por algum motivo eu estava com uma força descomunal.

__FIQUEM LONGE DE MIM!

Gritei enquanto corria daquele quarto. Ouvia a médica chamando os seguranças enquanto os enfermeiros tentavam em alcançar. Eu não sei como, mas consegui subir alguns andares. Sentia que se eu ficasse ali eu não sobreviveria. Em um desses andares acabei passando por uma criança que ao me ver apontou para mim assustada e gritou:

__Ahhhh. Bicho preto.

Fiquei assustado também pela afirmação da criança, mas não tinha tempo de pensar naquilo. Chegou uma hora em que fui encurralado e minha única escolha era me trancar no banheiro. Corri para a porta, mas escorreguei em alguma coisa. Fiquei de pé, e fui em direção ao banheiro. Me trancando lá a tempo. Os enfermeiros batiam na porta pedindo para que eu saísse. Eu me afastei aos poucos da porta, a luz chegou a piscar algumas vezes.

__Tentando fugir de mim, Thiago?

Um medo tomou conta de mim, a ponto de não conseguir ouvir as batidas na porta. Olhei para o lado aonde havia um grande espelho eu fiquei horrorizado. Havia um ser totalmente preto saindo das minhas costas, com as mãos em volta do meu pescoço e o rosto acima da minha cabeça. O rosto era completamente negro, a única coisa que era visível era um sorriso macabro.

__Ah, MAS QUE MERDA É ESSA? __Comecei a gritar tentando alcançar as minhas costas, me virando sem parar. Tentei arrancar a minha camisa na tentativa fútil de tirar aquilo das minhas costas.

Aquele ser então tirou suas mãos em volta do meu pescoço, segurou a minha cabeça e me forçou a olha-lo no espelho novamente. Aquilo me deixou paralisado. Meu olhar se tornou fixo e pude ver que aos poucos ele se aproximou do meu ouvido.

__Não me ignore! eu prometi que faria de tudo se me mantivesse ao seu lado, então... me alimente.

Depois disso eu senti um vazio. Cheguei a ouvir a porta abrindo e dois dos enfermeiros entraram. O espelho quebrou como se alguém o acertasse e as duas lâmpadas do banheiro também.

__Me ajudem.

Foi a única coisa que consegui proferir antes de perder a consciência.

Continua...

Layla Vimorat
Enviado por Layla Vimorat em 02/11/2019
Reeditado em 21/06/2020
Código do texto: T6785215
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