O papel versus a psicologia
Tanto um quanto o outro, o papel e a psicologia, são invenções humanas. Não há significado para nenhum dos dois fora do contexto humano, logo, são construções culturais. A palavra cultura deriva de culto, ou seja, aquilo que você preza, dá valor, e por isso, perpetua.
O papel foi inventado para se registrar eventos. Um povo que não se interessasse por registros não inventaria o papel. A psicologia foi criada pela mera curiosidade humana, que mais tarde se aliou ao desejo do controle sobre o outro. O controle não deveria mais ser simplesmente corporal e físico, mas também psíquico...
O papel, sobretudo o dimensionado, permitiu o desenvolvimento da teoria física cartesiana, o bom e velho espaço tridimensional tão conhecido por vocês. Então, a explicação cientifica da realidade também é um fenômeno cultural, tanto quanto os outros. Se a psicologia tivesse vindo primeiro que o papel, poderiam atualmente estar explicando a realidade, o espaço e o tempo, simplesmente tendo como base a relação sensorial e psicológica na construção do espaço de ação e expressão. O que é muito mais verdadeiro. Então, questões como a telepatia, a premonição e a intuição não seriam consideradas absurdas.
O mundo humano realmente está repleto de variáveis, parafraseando oportunamente aqui, a própria física. Mas não são as variáveis físicas que nos referimos aqui. Há um mito muito difundido na atualidade, que pretende dizer que a ciência é isenta, ou seja, é o mito da honestidade cientifica. A ciência é tão honesta quanto a religião organizada. Ambas são irmãs do mesmo ser gerador, a saber, o homem. A ciência pode ser tão manipulada, ter seus dados destruídos ou falsificados, ou mesmo portar inverdades, apenas levando em conta os interesses por trás daqueles que a financiam ou manipulam politicamente. Ou seja, dependendo da variável. A ciência possuí seus "sacerdotes" fanáticos, tanto quanto qualquer grupo social estruturado, independente de suas intenções últimas. A ciência já existiu e morreu, (época grega) para dar lugar a mil anos de pensamento irracional (idade média), simplesmente por não ter levado em conta as necessidades puramente humanas e psíquicas.
Fala-se muito da navalha de Ockham para o desenvolvimento do pensamento racional e lógico, sem ao menos terem certeza se foi realmente pronunciada por ele, ou adaptada por outros filósofos e cientistas ao longo do tempo. Porque até mesmo Ockham acreditava em anjos e no sobrenatural, como classificam hoje como algo irracional.
Na época de Ockham, acreditava-se que os anjos moviam os planetas e o sol. Uma explicação simples e razoável para o movimento dos planetas... Hoje, fala-se de gravidade, modelos Kepler-Newton, equações matemáticas complexas... Segundo a "navalha" de Ockham, a explicação mais simples é sempre a verdadeira. Diante disso, acho que ele pensaria que são os anjos que movem as estrelas.