SEXTA-FEIRA 13 - A GAROTA NO CEMITÉRIO
SEXTA-FEIRA 13 - A GAROTA NO CEMITÉRIO
by: Johnathan King
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Uma assombrosa noite de sexta-feira 13 para todos.
Boa leitura!
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Lara Crawles estava correndo entre os túmulos do cemitério. Ela sentia frio, seus queixos batiam com violência e seus olhos expressão um terror indescritível. Lara estava fugindo de alguma coisa, e o pavor era tão grande, que ela tinha medo de olhar para trás.
A jovem apertava as mãos com força tentando afugentar o frio e o medo.
Ela estava tremendo, e muitas vezes fazia menção de chorar.
Lara vestia uma calça jeans desbotada, botas de caminhada e um casado camuflado. Seus cabelos castanhos, meio chocolate, estavam presos num rabo de cavalo.
O cemitério parecia totalmente tomado pelas trevas.
A lua se encontrava encoberta por nuvens de chuva - as estrelas não brilhavam - o céu parecia um imenso véu negro aberto nas alturas.
Lara carrega uma pequena lanterna que mal se mantém firme em sua mão, tamanho seu medo - tamanho o frio que sente também. A luz é fraca, da o suficiente para a moça se orientar pela densa escuridão da noite.
Os túmulos projetavam sombras que pareciam figuras embriagadas dançando num redemoinho infernal. Isso tornava o ambiente mais parecido com um filme de terror, e o pavor que Lara estava sentindo só aumentava de intensidade. Ela já não tinha mais tanta certeza se tudo aquilo que estava vivendo era mesmo real ou apenas um delírio louco da sua imaginação.
De repente, um barulho vindo de algum lugar dentro do cemitério fez Lara soltar um grito de terror, que ecoou na noite. Ela saiu correndo cruzando labirintos de túmulos envelhecidos, a lanterna mal conseguindo iluminar o caminho.
Lara acabou tropeçando numa pedra e no exato momento em que ia sendo lançada para dentro de uma cova vazia, a garota sentiu que uma mão lhe segurou pela gola do seu casaco, evitando que a mesma se chocasse contra o chão. Ela se desesperou e começou a se debater violentamente, tentando se soltar das mãos misteriosas que a seguravam. Uma voz então pediu que ela se acalmasse, avisando que tudo ficaria bem.
Lara ficou mais calma e aos poucos foi recobrando a serenidade, dissipando o medo. A garota foi colocada no chão e quando se abaixou para pegar sua lanterna que havia caído, afim de iluminar o rosto do seu salvador, percebeu que o mesmo havia simplesmente desaparecido. Lara mirou sua lanterna em todas às direções, mas não havia mais ninguém no cemitério, somente os mortos em seus túmulos.
Os primeiros raios de sol começaram a despontar no horizonte.
Às trevas se dissiparam... a noite se foi...
Lara olhou na sua frente e percebeu que estava na entrada do cemitério. Três jovens estavam vindo ao seu encontro.
- É, tenho que lhe dar os parabéns Lara Crawles, achei que não iria sobreviver a uma noite no cemitério. - falou um garoto magro e alto, de feições delicadas. Trajando uma calça jeans preta e casaco de couro abotoado até o pescoço. Seu nome era Lucas Raimi.
- Obrigada, Lucas, e obrigada também pela ajuda lá dentro do cemitério quando eu tropecei e ia caindo dentro daquela cova vazia.
- Que ajuda ? Que cova ? - o jovem parece surpreso com a declaração da amiga.
- A cova lá dentro do cemitério, nãos foram vocês, não é ?
- Não, não foi nenhum de nós que entrou lá dentro pra te ajudar, Lara.
Lara ficou muda.
Sua voz simplesmente faltou e um calafrio percorreu todo o seu corpo.
Ela apenas ficou ali parada encarando o cemitério.
- Você passou no teste, Lara. Você agora é oficialmente um membro do " Clube dos Cinco". - Lucas estendeu a mão num gesto de saudação a nova integrante de seu "clube de detetives sobrenaturais".
Lara retribuiu o gesto.
Um sorriso brotou em seus lábios.
FIM