O ESPELHO DE NARCISO

Aquele era o dia mais feliz na vida de Brenda, seu aniversário de 15 anos, ela sempre foi uma menina muito vaidosa, seus amigos a consideram a garota mais linda da escola. Seu pai foi ao antiquário para vender o antigo relógio de bolso que pertencera a seu bisavô, conversa vai, conversa vem contou ao dono do antiquário que tinha muito apego ao relógio e que o estava vendendo porque queria comprar um presente para a filha, como a menina era muito vaidosa ele queria impressioná-la com um presente magnífico que ressaltasse sua beleza. O dono do antiquário um senhor muito simpático e agradável chamado Narciso disse que tinha o presente ideal para a filha do homem, e que se o ele gostasse poderia trocar pelo relógio, e se comprometeu de que guardaria o relógio até o quando o pai conseguisse o dinheiro resgatar sua estimada relíquia de família. Ele quando viu o presente em questão aceitou imediatamente o trato, a filha iria amar aquilo, principalmente depois de ouvir a história do objeto, era um espelho muito antigo esplendorosamente elegante, que segundo o velho Narciso já havia pertencido à rainha Dona Maria I de Portugal e Brasil, e que após sua morte foi dado como presente à sua camareira e servente mais querida pelas mãos do Rei Dom João VI em pessoa. A festa foi um sucesso, Brenda adorou o espelho. sua paixão era tanta que ela passou a empenhar a maior parte do seu tempo livre admirando sua beleza em frente aquele objeto magnífico, e se sentindo como uma rainha.

Algumas semanas depois a garota começou a se tornar obsessiva com sua aparência, sempre tentando melhorar alguma coisa, ela nunca parecia bonita o suficiente, muito pelo contrário, ela via seu reflexo se tornar mais feio a cada dia que passava, chegando ao ponto da menina ver formas monstruosas de si mesma refletidas no espelho, seus cabelos haviam caído, sua pele estava cinza e ressecada, seus dentes podres, haviam feridas horrendas por todo seu rosto. Mesmo com o pai afirmando repetidas vezes que ela estava perfeitamente linda, Brenda não acreditava. Ela se isolou completamente naquele quarto não querendo ver nem mesmo o pai, depois de algum tempo ela também parou de comer, ficando extremamente magra em pele e osso. O pai se recusava aceitar que a filha tão querida e amada estivesse naquele estado deplorável. Os psiquiatras alertaram que nada mais poderia ser feito, a única solução para ajudar a garota seria o internamento no sanatório, uma vez que ela já oferecia um risco a si mesma. O pai desiludido com as palavras do médico e o estado da filha decidiu pôr fim ao seu sofrimento com uma dose letal de veneno de rato, e assim o fez.

Antes de acabar com a sua vida também ele jurou vingança ao homem responsável pela morte da sua querida Brenda, o velho Narciso. Ele lhe vendera aquele objeto maldito sabendo que aquilo aconteceria. Três tiros certeiros de revólver no peito foram o suficiente para acabar com aquele assassino desgraçado. Ao voltar para casa o pai quebrou o maldito espelho que lhe causou tanto sofrimento, deitou na cama junto ao corpo da sua amada filha e disparou uma bala mortal na cabeça, acabando finalmente com toda aquela dor e sofrimento. Algumas horas depois os bombeiros chegaram à residência da família, mas nada mais poderia ser feito, um fogo devastador já havia consumido toda a casa. Devido à gravidade do incêndio os corpos não puderam ser recuperados. No quarto da filha Brenda apenas um espelho sobreviveu intacto ao incêndio.

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Chico Alhandra
Enviado por Chico Alhandra em 22/08/2019
Reeditado em 04/09/2019
Código do texto: T6726097
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