A LENDA DO CABEÇA DE CUIA - HOMENAGEM AO CLTS 08: Texto não concorrente

A LENDA DO CABEÇA DE CUIA - Homenagem ao CLTS 08

by: Johnathan King

"A lenda do Cabeça de Cuia, assim como quase todas as lendas que fantasiam e atraem a imaginação do povo brasileiro, é contada de várias formas e possui várias versões, e a cada pessoa que a história é passada, transmite-se novos fatores que acabam por afastar da realidade a verdade sobre a lenda."

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Crispim encontrava-se agachado nas margens do velho rio Poti, no lado norte da nova capital do Piauí, a ensolarada cidade de Teresina. O garoto franzino, de olhar perdido e cabelos desgrenhados encarava o horizonte pensativo. E apesar da sua pouca idade, Crispim era um jovem que aprendera desde cedo o que era ser um homem adulto e dono de grandes responsabilidades, e sabia perfeitamente que ele e sua pobre mãe não tinham uma vida fácil.

Seu pai, que havia sido um pescador, morrera muito cedo, deixando o pequeno Crispim e sua velha mãe, uma senhora adoentada, completamente desamparados. Sendo assim, Crispim começou a trabalhar ainda jovem, seguindo o mesmo ofício do pai, o de pescador.

Em um dia, durante uma de suas pescarias, por infelicidade do destino, Crispim não conseguiu pescar absolutamente nada. De volta à sua casa, ele descobriu para a sua grande revolta que sua mãe havia feito para o almoço dos dois apenas uma comida rala, acompanhado de um suporte de boi (osso da canela do boi). Como Crispim jazia de fome e raiva, devido à pescaria fracassada, enfureceu-se grandemente com a miséria daquela comida e decidiu vingar-se da mãe por estarem naquela situação miserável.

Então, em um ato de violência e loucura, o jovem golpeou a cabeça da mãe com um pedaço de osso, a deixando a beira da morte. E de onde deveria sair o tutano do osso do boi, escorria apenas o sangue da mãe de Crispim. O semblante do rapaz expressava uma fúria animalesca, e ele continuou a investir mais golpes contra a pobre mulher.

Porém, a velha senhora, mesmo fraca por conta dos golpes recebidos, ainda teve forças antes de falecer, para rogar uma maldição contra seu filho, que lhe foi atendida. A maldição jogada pela moribunda contra o filho Crispim, dizia que o mesmo iria se transformar em um monstro aquático, com a cabeça enorme no formato de uma cuia, e que vagaria dia e noite e só se libertaria da maldição após devorar sete virgens, de nome Maria.

Diante das palavras de sua mãe e da maldição já começando a fazer efeito, Crispim enlouqueceu, numa mistura de medo e ódio, o rapaz correu ao rio Parnaíba, onde se afogou.

Fim

CONCLUSÃO:

Seu corpo nunca foi encontrado e, até hoje, as pessoas mais antigas proíbem suas filhas virgens de nome Maria de lavarem roupa ou se banharem nas épocas de cheia do rio. Alguns moradores da região afirmam que o Cabeça de Cuia, além de procurar as virgens, assassina os banhistas do rio e tenta virar embarcações que passam pelo rio.

Outros também afirmam que Crispim ou, o Cabeça de Cuia, procura as mulheres por achar que elas, na verdade, são sua mãe, que veio ao rio Parnaíba para lhe perdoar. Mas, ao se aproximar, e se deparar com outra mulher, ele se irrita novamente e acaba por matar as mulheres.

O Cabeça de Cuia, até hoje, não conseguiu devorar nem uma virgem de nome Maria.

TEMA: Lendas Locais.

NOTA DO AUTOR:

Apesar de estar participando do CLTS 08 com outro texto, tomei por iniciativa própria contar uma das muitas lendas do meu estado do Piauí, a Lenda do Cabeça de Cuia, muito popular por aqui e principalmente na região do bairro Poti Velho, onde segundo reza a lenda, foi onde toda a história se deu. Contei a história como ela aconteceu usando minha própria narrativa, mas lógico, muitos contam a mesma lenda de maneiras diferentes, mas no fim a mensagem deixada é a mesma.

Espero que tenham apreciado o texto e muito obrigado pela atenção de todos!

Lembrando que esse texto não está concorrendo junto com os demais dessa edição, ele é apenas um texto homenageando o CLTS 08!

Johnathan King
Enviado por Johnathan King em 09/08/2019
Reeditado em 10/08/2019
Código do texto: T6716591
Classificação de conteúdo: seguro