Morte
Essa é daquela vez que eu morri, mas sobrou um pouco de mim para contar a história!
Era um dia normal, um bom dia para falar a verdade... Daqueles dias ensolarados, daqueles dias que o céu, as flores e as árvores, tudo sorri. Eu tinha uma sensação de boa sorte.
Aprendi nesse dia que nem toda intuição é certeira. Mas voltando a história, foi um dia perfeito produtivo cheio de novidades. O típico dia que uma estudante começa a planejar seu futuro. Era exatamente o que eu estava fazendo na frente a escola num momento de aula vaga.
Anotações feitas, levantei-me satisfeita com meus projetos. Eu caminhava em direção de casa, quando um carro parou perto, ofereceu carona, não vi mal algum a em aceitar, afinal era o carro de um conhecido (intuição falha lembra?). Não citarei nomes e nem a conversa. (Talvez essa parte tenha sido apagada da minha memória propositalmente).
Paramos em uma rua sem saída, claro que estranhei, mas não esperava o que estava por vir. Não sei bem como e nem o porquê saímos do carro. Sei que de repente o rosto amável e conhecido se desconfigurou e tornou-se o de um monstro e no momento seguinte suas garras me transpassaram, em mim a dor se misturava com a confusão.
Duraram alguns minutos toda a tortura que me destruía de dentro para fora. Meus planos sendo mortificados diante dos meus olhos, olhos nos quais a vida já começava a se apagar. Por fim a dormência, toda a indolência da morte me tomara em seus braços... Depois de alguns dias me percebi invisível, incomunicável, diria até irreconhecível.
Sem metas ou planos, a clareza de que o não mais existir era assim! Tudo fluía ao meu redor e eu inerte, totalmente inanimada tinha a louca esperança de que algo mudaria. E não mudava, meu corpo imóvel nunca foi encontrado submerso naquela possa de sangue.