Primeira vez.
É sempre complicado falar sobre a primeira, afinal, é algo muito pessoal. Minha primeira vez foi com uma pessoa especial, muito especial, melhor dizendo. Foi muito melhor do que eu imaginei.
Eu acreditava que quando a primeira vez chegasse, eu ficaria nervoso, sem saber o que fazer. Mas não. Era como se eu já tivesse feito antes.
Eu gostava muito de uma garota, desde a época do ensino médio. Se chama Luana. Ela sempre foi muito inteligente, dedicada, linda. Se destacava das outras alunas e sabia disso, talvez por isso fosse um pouco arrogante na época. Todos que a conheciam, sabiam que teria um futuro brilhante.
No ensino médio quase não conversávamos. Ela tinha um namorado muito ciumento e possessivo. Ele não gostava de ver ela conversando com outros garotos. Certa vez, Luana esqueceu o caderno na sala de aula e corri para entregá-lo no horário de saída da escola. Eu não imaginava que isso deixaria o namorado dela furioso. Ele me bateu simplesmente porque eu entreguei um caderno pra ela. Como eu já mencionei, ele era muito possessivo. Mas não imaginava que era capaz de bater em alguém só por causa de um favor.
Lúcio, o namorado de Luana, tinha vinte e cinco anos quando me bateu. Eu tinha apenas dezessete, mesma idade de Luana. Na época, achei melhor não prestar queixa. Tive medo de apanhar de novo. Não apenas isso, tive medo de ver a expressão de encantamento de Luana enquanto seu namorado me espancava. Ela agiu como se ele fosse o herói e eu o monstro. Isso me deixou péssimo.
Depois de ter apanhado, virei a piada da escola. Enfim. Não é sobre isso que quero falar. Quero falar sobre minha primeira vez.
Alguns anos após o ensino médio, encontrei com Lúcio sem querer numa loja de roupas. Ele trabalhava como gerente. Minhas pernas tremeram, mas ele sequer se lembrou de mim e isso me enfureceu. Ele era mais alto, mais forte, mais velho e mesmo assim me espancou, mas nem se lembrava disso. Ele me atendeu com muita educação e nesse momento, notei que ele tinha uma aliança na mão esquerda. Será que a Luana casou com esse idiota? Pensei. Então, ao sair da loja, esperei Lúcio do lado de fora e o segui. Ele foi se encontrar com a esposa, a Luana. Aquilo me deixou tão irritado. Sei que muitos anos se passaram desde que ele me bateu. Mas por dentro, eu ainda apanhava. Apanhava porque naquela ocasião ninguém me ajudou. Apanhava porque a pessoa que eu admirava riu de mim enquanto eu sofria; e ver o casal feliz na minha frente trouxe a humilhação de volta à minha vida.
Me aproximei de Lúcio, que já não estava tão forte e era da minha altura, afinal eu cresci. O chamei pelo nome e assim que ele virou, dei um soco que o fez desmaiar. A mesma coisa fiz com Luana.
Levei os dois à um galpão abandonado. Nunca me senti tão bem.
O Lúcio tentou me intimidar. Quis mostrar para a esposa que tinha a situação controlada. Imbecil. Ele estava amarrado e sem armas enquanto eu o tinha de joelhos. O controle da situação estava comigo. Ouvir aquele desgraçado implorar pela sua vida me deixou com mais vontade de matar. Os gritos de Luana pedindo por ajuda me mostraram que há anos atrás ela estava certa. De fato, eu era o monstro. Mas seu marido estava longe de ser herói.
E essa foi a primeira vez que matei alguém.
É sempre complicado falar sobre a primeira, afinal, é algo muito pessoal. Minha primeira vez foi com uma pessoa especial, muito especial, melhor dizendo. Foi muito melhor do que eu imaginei.
Eu acreditava que quando a primeira vez chegasse, eu ficaria nervoso, sem saber o que fazer. Mas não. Era como se eu já tivesse feito antes.
Eu gostava muito de uma garota, desde a época do ensino médio. Se chama Luana. Ela sempre foi muito inteligente, dedicada, linda. Se destacava das outras alunas e sabia disso, talvez por isso fosse um pouco arrogante na época. Todos que a conheciam, sabiam que teria um futuro brilhante.
No ensino médio quase não conversávamos. Ela tinha um namorado muito ciumento e possessivo. Ele não gostava de ver ela conversando com outros garotos. Certa vez, Luana esqueceu o caderno na sala de aula e corri para entregá-lo no horário de saída da escola. Eu não imaginava que isso deixaria o namorado dela furioso. Ele me bateu simplesmente porque eu entreguei um caderno pra ela. Como eu já mencionei, ele era muito possessivo. Mas não imaginava que era capaz de bater em alguém só por causa de um favor.
Lúcio, o namorado de Luana, tinha vinte e cinco anos quando me bateu. Eu tinha apenas dezessete, mesma idade de Luana. Na época, achei melhor não prestar queixa. Tive medo de apanhar de novo. Não apenas isso, tive medo de ver a expressão de encantamento de Luana enquanto seu namorado me espancava. Ela agiu como se ele fosse o herói e eu o monstro. Isso me deixou péssimo.
Depois de ter apanhado, virei a piada da escola. Enfim. Não é sobre isso que quero falar. Quero falar sobre minha primeira vez.
Alguns anos após o ensino médio, encontrei com Lúcio sem querer numa loja de roupas. Ele trabalhava como gerente. Minhas pernas tremeram, mas ele sequer se lembrou de mim e isso me enfureceu. Ele era mais alto, mais forte, mais velho e mesmo assim me espancou, mas nem se lembrava disso. Ele me atendeu com muita educação e nesse momento, notei que ele tinha uma aliança na mão esquerda. Será que a Luana casou com esse idiota? Pensei. Então, ao sair da loja, esperei Lúcio do lado de fora e o segui. Ele foi se encontrar com a esposa, a Luana. Aquilo me deixou tão irritado. Sei que muitos anos se passaram desde que ele me bateu. Mas por dentro, eu ainda apanhava. Apanhava porque naquela ocasião ninguém me ajudou. Apanhava porque a pessoa que eu admirava riu de mim enquanto eu sofria; e ver o casal feliz na minha frente trouxe a humilhação de volta à minha vida.
Me aproximei de Lúcio, que já não estava tão forte e era da minha altura, afinal eu cresci. O chamei pelo nome e assim que ele virou, dei um soco que o fez desmaiar. A mesma coisa fiz com Luana.
Levei os dois à um galpão abandonado. Nunca me senti tão bem.
O Lúcio tentou me intimidar. Quis mostrar para a esposa que tinha a situação controlada. Imbecil. Ele estava amarrado e sem armas enquanto eu o tinha de joelhos. O controle da situação estava comigo. Ouvir aquele desgraçado implorar pela sua vida me deixou com mais vontade de matar. Os gritos de Luana pedindo por ajuda me mostraram que há anos atrás ela estava certa. De fato, eu era o monstro. Mas seu marido estava longe de ser herói.
E essa foi a primeira vez que matei alguém.