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O Enigma do Portão


  Arthur, era um adolescente, o mais velho de uma família de dez irmãos, na época tinha apenas 17 anos, e como todos outros da sua idade era alegre extrovertido. Devido a dificuldades financeiras em sua família, ele e três dos irmãos mais novos, tiveram que sair de casa por um tempo. Sem alternativas, seus pais tiveram que enviá-los para o interior. Embarcaram no trem noturno, com destino a casa dos seus avós paternos. Sendo mais velho dos quatro, ele optou por ficar na casa da sua tia Lurdes, em uma afastada Vila, chamada Missão, os outros três ficaram na casa dos avós. Como sempre a chegada à casa da sua tia Lurdes, era efusivamente recebido por seus primos e primas. Querendo saber das novidades, perguntou por todos os amigos, inclusive pela ruivinha chamada Tânia, que havia conhecido a última vez que lá esteve. Subitamente todos se calaram, sua tia apontou a foto na parede, e com lágrimas nos olhos, lhe disse:

  - Oh meu filho, a ruivinha foi brutalmente assassinada, há cinco anos.

  Aquela foto, fora a última que ela havia tirado junto com suas primas e amigos, foi seu derradeiro aniversario, ela havia completado treze anos. Chocado, Arthur assomou com a cabeça em sinal de consolo a sua tia. Arthur perguntou:

  - Como assim? O que aconteceu?

  Seu primo Beto lhe explicou que ninguém sabia, era um caso perdido. Passado o momento da triste lembrança, eles retomaram a conversa. Mesmo estando ali por uma necessidade, Arthur iria aproveitar os dias na companhia do primo, eles tinham a mesma idade. Também havia um amigo em comum, Tobias o vaqueiro. Ele era um pouco mais velho do que Arthur e Beto. Tobias era muito simpático, seus olhos claros, conquistavam as garotas. Desde que nascera na Varzinha, trabalhava cuidando dos animais e das coisas da roça, era quase um membro da família. Juntos formavam um trio cobiçado pelas garotas.

  Envolta por matas verdes, altas montanhas e vales, a Missão era muito agradável. No centro, havia uma pracinha circundada por grandes palmeiras imperiais, os canteiros com sua variedade de flores, coloriam o ambiente, fazendo com que os duros bancos de cimento, parecessem mais macios. De um lado, a rua forrada de pedras, suas casas coloridas transformavam a Vila num mosaico. Do outro, destacava-se um enorme portão de ferro, sua cor, sua forma, eram misteriosamente intimidadoras. Em contraste, o muro bem mais baixo, tinha grades vazadas, e deixavam a vista os túmulos e assombrosos arbustos retorcidos. Ali era a casa dos mortos, o cemitério.


  Encravada no alto do morro, repousava uma grande cruz de madeira, e uma interminável escadaria levava até o Cruzeiro, como era chamada. Ali era o local sagrado, onde os penitentes, realizavam atos religiosos e pagavam suas promessas.

  A praça tinha personalidade própria, mas era a noite que ela se revelava um lugar eclético. Os jovens se reuniam para conversar, namorar, e encontrar amigos, festas eram comuns aos finais de semana. Arthur e seu primo Beto, eram seus frequentadores assíduos, Tobias sempre que possível, estava presente com seu bonito cavalo cinza. Eles formavam um trio divertido, e as garotas os cobiçavam. Mas a visão daquele portão intrigava Arthur, havia ali uma espécie de enigma a ser desvendado. E lhe chamava muito atenção, as duas mãos esculpidas lado a lado, no próprio ferro. A mão da direita apontava para fora, a mão da esquerda, apontava para dentro do cemitério. Certamente aquilo tinha um significado. O ferreiro que o construiu, há muito já fazia parte dos que habitavam seu interior. Arthur estava avido por descobrir o que realmente significavam aquelas formas. A praça era iluminada apenas pela lua, seu brilho amenizava a escuridão, as lâmpadas do outro lado da rua, pareciam chamas amareladas de velas, mal iluminavam o piso abaixo dos postes.

  Já havia alguns dias da chegada de Arthur, e de vez em quando ele retornava a casa dos avós, para ver como estavam os manos mais novos. Como tudo estava em ordem, ele voltava para Missão, lá era mais divertido, iam sempre a Varzinha ao encontro de Tobias, passeavam de cavalo, tomavam banho de rio, e faziam caminhadas na floresta. Então, em um final de semana, a turma organizou um baile na casa de uma das garotas, que por sinal, era a sua favorita. Domingo início da noite, Arthur vestiu sua velha calça Lee, a camisa amarela de tecido Volta ao Mundo, sobre ela pôs um colete cinza, feito por sua avó, ele queria ficar elegante e atraente. Juntos, os primos foram curtir a festa. Tobias, já os aguardava com seu cavalo amarrado ao pé de uma das palmeiras. Se cumprimentaram e riram bastante. Porém, Artur sempre que estava na praça, o portão...lhe provocava arrepios. Arthur então os apressou para irem logo. O disco de vinil animava o baile ao som das famosas bandas, Renato e seus Blue Caps, Pholhas, The Fevers, e outros sucessos da época. Arthur e sua pretendente, dançavam em algum canto do salão, aproveitando a luz negra, para trocarem alguns beijos e carinhos.

  Por volta das três horas da madrugada, a maioria da turma já havia ido embora, Beto procura por Tobias, mas ele não estava mais na festa. Logo ele encontrou Arthur, e lhe disse que estava indo, precisava descansar acordaria cedo, pois teria algo a acertar com Tobias na Varzinha.  Arthur disse a Beto que ficaria por mais um tempinho. A praça estava deserta, quando Arthur saiu, já não havia um ser vivente, o cavalo de Tobias não estava mais sob a palmeira, talvez somente os espíritos mais inquietos, habitassem as cercanias do grande cemitério. Enquanto andava olhou para o céu, a lua já havia se escondido atrás das montanhas, a brisa era fria, e as folhas das palmeiras se moviam de um lado para o outro, numa dança frenética embalada pelo vento.

  Atravessou a rua e ao chegar à praça, seu olhar dirigiu-se involuntariamente ao portão. Aquele ser de ferro, e suas tenebrosas esculturas como se tivesse vida própria. Um frio percorreu sua barriga seu estomago se contraiu, ao olhar para o Cruzeiro, uma silhueta feminina acenava chamando-o ao seu encontro. Ficou aterrorizado seu couro cabeludo eriçou-se. Quem seria, àquela hora no pico do morro, será que pagava alguma promessa, ou seria um fantasma, uma fantasia da sua mente, uma brincadeira? Uma avalanche de perguntas inundou sua cabeça. Precisava saber quem era, pensou ele. Acendeu um cigarro, tragou profundamente a fumaça e expeliu com força, isso ajudaria a amenizar o nervoso. Caminhando em direção as escadas, seu coração batia tão forte, que ele poderia ouvir o eco, sua boca estava seca como um deserto, os sentidos aguçados como um felino caçando. A mistura de medo e curiosidade assumiram o controle.

  Quando chegou ao topo já quase não respirava, então ficou frente a frente, com a desconhecida. Não dava para ver seu rosto, mas quando se aproximaram mais, ele percebeu que ela era ruiva e angelical. Ela então, chegou tão perto que ele sentia seu hálito de flores. Sua voz era tão suave que parecia um canto, ele nunca havia ouvido voz tão confortante. Seguiu-se este diálogo:

  - Olá Arthur.

   - Olá, como sabe meu nome, eu não a conheço daqui.

  - Você não lembra, mas nós nos conhecemos e tivemos momentos muito divertidos.

  - Como assim? Como é seu nome?

  - Meu nome não importa agora, mas preciso da sua ajuda.

  - Que tipo de ajuda, se nem ao menos sei quem é? Como pode andar sozinha nesse local, a esta hora?

  - Sempre ando sozinha, já não há problema.

  - Como posso ajudá-la?

  - Preciso lhe contar algo, desesperadamente importante, depois disso poderei voltar.

  Estupefato, quase sem fala, apenas observou ela desaparecer na escuridão sobre a montanha. Arthur consultou o relógio, eram exatamente três e meia. Então, desceu as escadas como se levitasse, o tempo parou para ele, nem seu nome ele sabia, mas tinha certeza, que voltaria a vê-la, era como se estivesse sonhando acordado. Foi direto para casa, entrou no quarto e se deitou, o sol já brilhava intensamente, quando ele conseguiu conciliar o sono. Acordou lá pelas três horas da tarde, a cabeça ainda meio desorganizada. Beto seu primo, estava sentado na varanda conversando com um amigo. Arthur foi ao banheiro e tomou uma revigoradora ducha. Seu estomago roncava faminto, em seguida sentou-se à mesa e devorou o cozido que sua tia havia preparado. Depois sentou-se ao lado do primo e inicia um diálogo.

  - Você já esteve com Tobias?

  - Sim, hoje cedo. Ele me disse que saiu ontem com uma garota, e foram tomar um ar fresco no cruzeiro.

  - No Cruzeiro?

  - Sim.

  - Estranho! Eu também estive lá!

  - Depois da festa? O que foi fazer naquelas alturas.

  - Beto, preciso lhe contar sobre algo muito estranho ontem, depois da fasta.

  -  Ok, fale!

  Então passou a narrar tudo que aconteceu, Beto ouviu tudo calado, apenas acenando com a cabeça. Depois da narrativa de Arthur, Beto lhe perguntou se ele a reconheceria, talvez fosse alguma garota que morasse nas imediações, a Missão era rodeada por roças e fazendas, e sempre vem muitas moças das redondezas. Então, Arthur lhe disse que não tinha muita certeza a lua já havia sumido no horizonte e a noite estava escura, mesmo assim, descreveu mais ou menos, o tipo físico da garota. Beto ouviu atentamente a descrição, e por diversas vezes franziu o cenho, como que soubesse de algo, mas não comentou nada. Depois da rápida conversa, Beto abstraiu da sua suposição, e disse a Artur que com certeza a garota era das redondezas.

E conversam:

 - Rapaz, aproveite, a menina quer um amasso, (risos).
 
 - Claro, se a encontrar de novo, estou completamente apaixonado (risos).

  Passada uma semana, não conversaram mais sobre o acontecido. No entanto, Arthur estava ansioso para reencontrar aquela garota, sua curiosidade era incontrolável, e ao mesmo tempo sentia uma espécie de temor. Finalmente chagava o tão esperado final de semana, era hora de encontrar os amigos. Assim que chegaram à praça deram de cara com Tobias e seu cavalo amarrado sob a palmeira como de costume. Arthur foi logo perguntando a se ele havia estado no Cruzeiro no domingo passado. Tobias lhe respondeu que apenas passou por lá, e logo foi embora. Como sempre, conversaram e resenharam, riram muito, mais e mais jovens, chegavam e saiam a praça ganhava vida. As horas passaram rapidamente, a madrugada já se avizinhava. Aos poucos todos iam retornando as suas casas. Arthur levou a namorada em casa, e ficou mais uma meia hora com ela, depois saiu. Beto provavelmente já estaria em casa, pois ele acordava sempre muito cedo. Tobias, como sempre já havia sumido, juntamente com seu cavalo.

  Ardia no peito de Arthur, o desejo de reencontrar a misteriosa desconhecida. Sentou-se no banco da praça, enquanto seu olhar vagava vasculhando as redondezas. Evitava olhar para o portão, ele sempre lhe causava arrepios, mas a ânsia de rever a garota, era muito maior que seu medo. A lua prateava a noite com seus raios luminosos abrandando a escuridão. Alguns minutos se passaram, para ele pareciam ser horas, quando algo familiar o chamou sua atenção... a garota descia a escada do Cruzeiro, degrau por degrau, dessa vez, ela veio ao seu encontro, quase em êxtase ele aguardou sua chegada. Sentia seu coração na ponta da língua.

  Então ela chegou, e sentou-se ao seu lado, seu perfume era envolvente e suave, como se exalasse das pétalas das rosas. Ele então a olhou diretamente, mas misteriosamente não conseguia ver seu rosto. Apesar da sua aura bela, ela transcendia uma profunda tristeza, seus cabelos ruivos, caiam sobre seus ombros, estranhamente lhe conferiam o ar de uma princesa. Ele não resistiu e a tocou suavemente, mas a sensação que teve, fora de que se parecia um objeto inanimado, era como uma pedra ao relento. Com a voz meio tremula, Arthur diz:

- Estava ansioso por encontrá-la de novo.

- Arthur fique calmo, lhe contarei tudo, desejei muito este momento.

  Arthur estava encabulado com a moça misteriosa, ao mesmo tempo ela o atraia. Logo ele passa a falar dos fatos acontecidos a cinco anos atrás. Incrédulo, Arthur ouve tudo atentamente. 

  Ela era filha única, nasceu e viveu na Vila era feliz como qualquer outra garota da sua idade, frequentava a escola, as festinhas, era uma pessoa normal e saudável, tinha planos para o futuro. Seus pais eram amigos da tia Lurdes frequentavam sua casa. Então, Arthur quase que imediatamente lembrou da garotinha ruiva da foto, na casa da sua tia, o rosto cheio de sardas, sim... era ela, eles haviam namorado, ela era da sua idade. Uma vontade enorme de abraçá-la e beijá-la invadiu Artur, mas ele se conteve. Então, ela lhe revelou fora algo terrível.  

  - Minha vida foi tirada há cinco anos atrás, quando completei treze anos.

  Arthur congelou, estava ele diante de um ser sobrenatural, nada se movia em seu corpo, a não ser as palhas das palmeiras se contorcendo com o vento, ao longe os latidos dos cachorros, o lembravam que ele ainda estava no mundo dos vivos.

  Prossegue ela, uma tarde de domingo, ela se arrumou e foi encontrar com Solange, juntas foram a festinha na casa de Sheila. A festa já havia começado quando chegaram. Sheila e elas, conversaram animadamente, eram muito amigas, e faziam planos para o futuro, estavam felizes. O Tempo foi passando e era quase meia noite, quando ela e Solange se despediram de Sheila e saíram em direção as suas casas. Solange morava na rua principal, e logo chegou a sua casa, mas, Tania ainda andaria um pouco mais, sua casa ficava em uma rua secundaria. Porém, antes que chegasse a sua rua, encontrou o seu insuspeito assassino, ele estava na festa, e se ofereceu a acompanhá-la até sua casa. Jamais suspeitaria que algo tão infame e devastador, permeasse a mente dele naquele fatídico dia. Quando chegaram próximo a sua casa, ele disse que havia algo que ela precisava saber, e a convenceu a acompanhá-lo. Ela então indagou.


  - O que preciso saber?

  Ele lhe disse que era muito sério, e que precisavam ir até o Cruzeiro, somente assim ela saberia. Então seguiram, e quando chegaram a escada, por algum motivo incompreensível, ela teve um mau pressentimento. Nos degraus, ele pediu que ela fosse a sua frente, como a subida é muito extensa e cansativa, pararam algumas vezes para respirar, ela insistiu em lhe perguntar o que seria tão importante, mas ele desconversava e dizia que ela tivesse calma. Após longos minutos, finalmente chegaram ao topo. Então, ele pediu para que ela ficasse em silencio, que seria rápido. Quase que instantaneamente, ela sentiu uma dor aguda na cabeça, e um barulho ensurdecedor, suas pernas dobraram, ela tentava falar, mas sua voz não saia da garganta, tentou reagir mas não havia mais forças. Caiu inerte ao pé da enorme cruz de madeira. Ela ainda percebia alguma coisa, lampejos ainda de vida ainda permeavam seu cérebro, ferido mortamente por um grande prego, a levavam de um lado para o outro da existência. Entre a consciência, e a inconsciência sentiu que suas roupas, estavam sendo retiradas. Já não sentia dor, apenas o que frio percorria seus ossos através da sua fina pele. Estendida ao pé da cruz, completamente despida, seu assassino sobre seu corpo, saciava seu desejo sádico. Depois disso mergulhou na escuridão abissal, seus sentidos apagaram completamente, mas todos os anos por ocasião da data do seu aniversário, ela revive a macabra cena da sua morte.
Enquanto narra sua história soluça avidamente. Avido por saber, ele lhe pergunta, afinal quem teria cometido aquela bestialidade com ela. Ela, olhou para as escadas, baixou a cabeça, e revelou que a pessoa era muito próxima dele, e acima de qualquer suspeita, e disse que ele procurasse por seus vestígios, no guarda roupas. Ele congelou, seria possível? Seria ele? Desejou que aquilo fosse somente um sonho, precisava acordar imediatamente. Diz ela então:

  - Através de você, finalmente poderei apagar este pesadelo. Olhou para o portão e disse:

  - Vê aquelas mãos lado a lado? Elas apontam os vivos e os mortos, o antes e o depois, o hoje e o amanhã, o fim, e o início, e eu estou em meio ao caminho, preciso ir de uma vez.

  Agora Arthur é invadido por um sentimento de compaixão, medo e revolta. Uma onda de pavor o abraça, com o rosto entre as mãos respirou fundo.
 
  Então ela se levantou, foi em direção ao grande portão. Passou através das suas grades, parou olhou para ele pela última vez. Em seguida, acenou como se atirasse um beijo, subiu num grande jazigo e desapareceu nas trevas escuras. Arthur estava completamente tomado por um pavor extremo, ali presenciara algo inimaginável.

  Para ele era completamente impossível, não tinha a menor chance. Beto? seu primo nascera naquele lugar, sua família era conhecida por todos, ele era um rapaz de bem, um cavalheiro. Aturdido foi para casa, como ficavam no mesmo quarto, Beto já havia chegado e dormia. Arthur recostou-se no travesseiro tentando relaxar, mas uma avalanche de pensamentos, o torturou madrugada adentro, será que estava pirando? Será que estaria com algum problema de cognição? Essa revelação lhe impôs uma penosa insônia, não conseguiu pregar o olho durante toda noite. Mal o dia amanhecera quando Beto levantou-se, olhou para Arthur, que permanecia na mesma posição, e saiu do quarto. Após alguns minutos, Arthur ouviu sua voz despedindo-se da sua tia Lurdes, dizendo que lhe avisasse, que ele havia ido a Varzinha buscar frutas, mas não demoraria. Depois de ter certeza que ele havia saído Arthur se levantou, mas sua cabeça parecia um liquidificador tentando triturar pedras, seus pensamentos doíam na alma. Ele se levanta, fecha com cuidado a porta do quarto, vai até o guarda roupas, e começa a revirar as gavetas. Dentro de um alforje de couro, havia diversas fotografias, além de peças de roupas intimas da garota de Tania. Algumas fotos apareciam sorridentes, todos eles, Beto, Arthur, Solange, Iara e Tobias. Porém, algumas coisas bizarras lhe chamaram atenção. Havia um martelo com vestígios de sangue, e alguns pregos, daqueles que eram usados para fixar arames as cercas.  Não obstante um objeto revelou o autor do aterrorizante assassinato. Um colar com crucifixo e o nome gravado (TOBIAS). Tudo aquilo agora fazia sentido. Tania, a ruivinha que havia sido assassinada há uns cinco anos atrás, o caso enigmático, ficou sem os devidos esclarecimentos por parte da polícia. Sabe-se que ela fora encontrada morta com um pequeno ferimento na cabeça e sinais de violência sexual,  exatamente sobre o topo do morro ao pé do cruzeiro. Com o tempo, o caso caiu no esquecimento.

  Olhou horrorizado e em silencio, aquelas coisas que significavam uma vida tirada de forma grotesca. E imaginou se sua jornada acabara ali, mas e agora? Será que dividiria com seu primo a maldição do saber? Como seu destino lhe forjou isso, o que fazer agora? O coração do seu primo, era uma massa amorfa de chumbo frio, que de um lado brilha, como prata, do outro é opaco como um pântano lamacento. Tobias o grande amigo, era a dissimulação de amizade, um assassino encoberto por um manto de amizade. Arthur pegou sua mochila colocou nas costas, e saiu sem olhar para trás, sem despedidas caminhou em direção a distante cidade, escondida entre as montanhas. Abandonou o império do mal.
 
Tema: Investigação Policial    
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DTRL Desafio de Terror Rascunhos Literários
Enviado por DTRL Desafio de Terror Rascunhos Literários em 19/07/2019
Reeditado em 30/07/2019
Código do texto: T6699336
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