o Último - capítulo II

II

Pedrinho era um garoto de 15 anos que estava na oitava série, seu pai era militar e possuía um acervo de armas em casa, apesar de ser um garoto problemático, nunca causou problemas de grande magnitude na escola, mas era arteiro aos montes.

Naquele dia o garoto encontrou na mesa da sala uma "Pistola Colt 1911A1 em calibre .45ACP" e resolveu levar a escola. O garoto estava tranquilo na sala de aula assistindo a aula de português quando de repente escutou uma voz que dizia "Tria mera", Pedrinho então pegou a arma sem que ninguém visse e saiu da sala, desceu todos os andares e chegou a secretaria...

- Pedrinho o que faz aqui embaixo? - perguntou dona Gertudes

- Vim trazer um presente – respondeu o garoto, sem mexer os olhos ou qualquer outra parte do corpo que não fosse a mão.

- Pedrinho o que você têm ai? - O garoto sacou a arma - - Pedrinho! O que é isso? Não…..- O garoto de um tiro na testa da mulher que caiu ao chão.

O disparo fez com que todos ficassem assustados, nas salas de aula os alunos se levantaram e nem com os professores pedindo calma adiantou de algo. O diretor Motta e Leonardo saíram da sala da direção e viram Pedrinho sem reação ao lado do corpo de dona Gertudes.

Uma professora chegou ao local e gritou: - Pedrinho!

O garoto olhou e mirou na professora e acertou dois tiros em seu peito, a professora caiu morta ao chão lavando o local de sangue. O diretor Motta recolheu Leonardo de volta a sala e disse: - Fique aqui, está bem? Eu vou até lá…

- Diretor…

- Espere aqui!

O diretor Motta saiu da sala e viu que Pedrinho não estava mais no local, o garoto havia subido as escadas e cheio de balas clivava todos que apareciam nos andares, não perdoava ninguém. Seu olhar era frio e sem expressão era como se ele não estivesse em seu corpo.

Na sala da direção o rádio começou a mudar sozinho e palavras aleatórias começavam a ser ditas “Vingança” “O Ultimo” “Filho da puta” “Sangue” “Leonardo” “Tria Mera”

O silêncio tomou conta da sala, Leonardo que estava de olhos fechados se levantou e os abriu.

- É tudo sua culpa garoto – a voz era masculina e calma.

Leonardo prestou atenção na entidade a sua frente, era um homem de face branca como a neve, olhos inteiramente vermelhos e usava uma túnica negra, seus dentes eram afiados como laminas e pareciam estar prontas para rasgar o corpo de alguém, junto com ele havia um cheiro forte de enxofre.

- Você é o causador de tudo isso – continuou a entidade – Você é o único que pode acabar com isso

- Como? - Perguntou o garoto morrendo de medo e tremendo.

- Morra! Morra! - A entidade parecia ir atacá-la, mas em vários flashs que deixaram o garoto atordoado a besta sumiu.

As luzes voltaram ao normal e Leonardo recuperou a consciência, gritos de desesperos eram ouvidos de todos os locais, eram tão insuportáveis que fez o menino sair da sala correndo, ao sair já haviam mais de 9 corpos jogados, um deles era de seu amigo Edson.

Cada vez mais assustado o garoto ia subindo as escadas e pilhas de corpos estavam caídos e ele reconhecia cada um caído...

Pedrinho estava no quarto andar agora, as portas estavam destrancadas, haviam seis alunos lá em cima, três garotos e três garotas com cigarros acesos e escondidos.

- Pare Pedro! - Gritou Motta

O garoto que mirava a arma para os seis adolescentes olhou para o diretor e deu um singelo sorriso, e disparou sua arma matando os 6 garotos que nada puderam fazer. Um dos tiros pegou no quadro de força e o fogo começou.

Uma labaredas atingiu Pedro que não se mexeu, mas foi ai que o diretor Motta viu uma criatura horrenda por trás do garoto.

- Deus do céu, eu não bebo mais whisky – Disse o diretor

O garoto disparou, Sorte de Motta que Leonardo pulou e o salvou de levar um tiro.

- Você está bem diretor?

- Eu disse para você ficar na sala!

- Ainda bem que eu não obedeci.

O fogo estava tomando conta de tudo e antes de Pedro fazer qualquer coisa os dois desceram as escadas...

- Leonardo, você precisa fugir daqui! Vamos para a saída da secretária.

Estavam descendo as escadas já no térreo, porém todas as portas se fecharam.

- Mas que merda está acontecendo aqui? - gritou Motta.

Pedro apareceu cheio de chamas ao seu redor, dava pra notar que o garoto não era mais humano, os olhos negros e a pele cinza. O garoto apontou para Leonardo e praticamente voou para cima do garoto, o diretor Motta pulou para proteger o garoto e foi atingido por um pedaço de vidro que caíra na mesma hora, morte instantânea.

O incêndio tomara conta de toda a escola e não havia como escapar, a entidade olhou para Leonardo e disse: - O último! - Leonardo olhou enquanto a boca do garoto se abria para um grito de medo e terror. Uma explosão enorme e lá fora os bombeiros e policias finalmente conseguiram entrar e a combater o fogo. Não havia sinal nem de Pedro e nem Leonardo, passaram-se horas até controlarem o fogo e retirarem todas 160 vitimas assassinadas, carbonizadas e até mesmo asfixiadas.

- Senhor! - dizia um dos oficiais – Apenas dois alunos não foram localizados.

- Estou ouvindo....

- Um é Leonardo Correia, filho de....

- De Sebastiana e Miguel – continuou o delegado

- Isso mesmo e o outro, bem o outro é seu filho senhor.

O delegado levou a mão à cabeça e disse: - É em vão procurar, podem ser dados como mortos.

- Mas senhor, é seu filho, acha que ele está morto?

- Se ele tiver sorte, sim...