Vou de táxi - DTRL 35 - Fan fiction
Hari estava em uma parada de ônibus desativada. O cubo de tijolos sumia no meio do capim que cresceu ao redor. A lua iluminava imitando o sol. A geada deixava branco todo o cenário, no ar era visto uma garoa fina. Ele usava japona, e abaixo desta ele havia colocado três casacos para suportar o frio daquela madrugada.
Retirou do bolso o celular e conferiu as últimas mensagens que havia trocado com o taxista. Ele decidiu fazer uma viagem atravessando o estado, e essa viagem deveria ser feito de táxi. Era uma homenagem ao seu pai que trabalhou na praça durante anos. Estava no meio do caminho, e esse era o sexto veículo que o auxiliava nesse objetivo.
O carro estacionou na frente da parada. O motorista abriu a porta e se apresentou a ele :
- Tudo bem, sou Valdemar. O senhor precisa de ajuda com as malas?
A única mala que tinha era uma lancheira de criança com desenhos que remetiam a magia e mágicos. Valdemar achou estranho , mas não comentou.
Hari entrou no veículo e disse o seu destino.
- Eu quero ir para Saturno. - Saturno era um vilarejo que ficava nos limites da cidade. Depois entregou um papel amassado contendo os outros detalhes do endereço, o número e rua.
- Tudo bem. - Foi a resposta.
O homem careca e com o nariz comido por um câncer curado engatou a marcha e iniciou a viagem em direção ao destino indicado.
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Chegando no endereço indicado o que Valdemar viu foi uma casa abandonada. Não era seu costume questionar os seus passageiros e não o fez.
- Chegamos. - Disse ele.
O adolescente balançou a cabeça positivamente.
O careca olhou para o taxímetro e deu o preço da corrida.
- O valor é de cinquenta reais.
Hari o entregou um masso de notas de dois reais, e disse:
- Não sei se o valor que eu lhe dei está certo.
O taxista começou a contar as notas até chegar ao valor correto. Nesse momento Hari abriu a lancheira e retirou de dentro uma pistola com silenciador.
Pelo espelho do carro o senhor do nariz carcomido viu aquilo e se virou para trás com a intenção de se defender. Não adiantou nada, o taxista levou vários tiros na cabeça.
O rapaz limpou a arma e depois colocou novamente na caixeta de plástico ilustrada por figuras infantis.
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No passado.
Hari com seus seis anos de idade brincava de faz de contas, ele sentado ao chão imitava um mágico que havia assistido na TV. A sua concentração foi interrompida quando escutou um estrondo, uma batida forte na porta de sua casa. A sua mãe que estava lavando a louça, atravessou o cômodo correndo e secando as mãos.
Abriu a porta, era o taxista, pai de Hari. Entrou cambaleado.
- Bebeu de novo? - Disse a esposa.
- Cala a boca, vagabunda. - empurrou-a com tanta força que bateu a cabeça quando seu corpo alcançou o chão.
Cambaleou em direção a criança resmungando: - Esse garoto brincado com essas besteiras. Você tem que virar homem.
Caiu de joelhos sobre o garoto e começou a agredi-lo. Socou a cabeça do menino no chão diversas vezes. Depois , levantou e foi para o quarto.
Choramingando Hari limpou o sangue que escorria de sua boca:
- Vou te matar. - Uma mistura de cochicho e resmungo para que o agressor não escutasse.
Hari não cumpriu essa promessa , pois a cirrose fez isso por ele.
Temas: Viagem de Carro, Inverno.
FAnfic: harry potter e voldemort