Há lugares tão ruins que chupam a energia da gente. Há pessoas, que para terem energia e para fazerem coisas sobre humanas, também sugam e minam as forças dos outros; às vezes voluntariamente, às vezes involuntariamente. Muitos invejosos têm o poder de "secar plantas", pimenteiras e pessoas. Aristóteles, em sua Arte Retórica e Arte poética tem um capítulo destinado ao termo inveja: "são de ânimo mesquinho os invejosos, pois que tudo lhes parece grande".

Há pessoas que se passam por amigas, conseguem "se convidar" para ir à casa de alguém, apenas para exercitar a maldade. Fazem-se, em poucas horas, de íntimas para plantar feitiços dos mais variados dentro da residência. Puxar das sepulturas e do descanso eterno, mortos recentes, que ainda estão aprendendo a lidar com a própria morte, para aderir ao cosmo. O cérebro funciona um tempo e gera energia suficiente para sobreviver, por um período, até depois da decomposição. Estas pessoas se fortalecem às custas da decadência e desgraça alheia. Invocarão, através de trabalhos, forças que atrapalharão a vida, aparecerão vultos com frequência, trarão caos e sujeira, porque energia ruim não gosta de limpeza. Elas vão interromper sonos, sonhos, entrecortar pesadelos, por fim, a insônia fará com que os pensamentos fiquem confusos, dispersos. Brigas por motivos torpes obedecerão a calendários, porque a demanda faz isso: eventos ruins ocorrendo de semana em semana, de quinze em quinze dias, com intervalos regulares e específicos.

Uma vez, deixei um grande amigo tomando conta da minha casa, enquanto eu viajava. Ele tinha acesso a tudo e morou um mês por lá. Ainda disponibilizei um cartão de crédito com um limite altíssimo para que ele o utilizasse sempre que precisasse. Mandava dinheiro, porque era um amigo engenheiro, acostumado a ganhar bem, às coisas boas, mas que há quase um ano desfez um negócio, pois estava falindo.


Pois é, quando voltei, ele ainda ficou lá por quase um mês e, de repente, sem muitas explicações, disse que partiria para um outro emprego em outro Estado e que dali a alguns meses iria para o exterior. Foi reticente, olhando esquisito, meio seco. Fiquei muito feliz por ele. Na sequência, nunca mais entrou em contato.

Observei, que no período subsequente a sua partida, muitas coisas foram acontecendo comigo. Todas aquelas que estão citadas nos parágrafos acima. Inclusive dois problemas seríssimos na justiça. Resolvi pedir auxílio a um místico, que disse para eu preparar canjica, pôr numa vasilha branca em cima do ponto mais alto da casa, e depois de três dias, depositar tudo aos pés de uma árvore frondosa. Mal o dia amanheceu, o motor da geladeira explodiu. Queimou fiação. Dali para diante, tudo foi piorando na minha vida, veio depressão, não conseguia mais ir ao trabalho, então, resolvi me mudar. Durante a mudança, achei na despensa, por acaso,  um pote estranho, com coisas escritas dentro, símbolos do mal, ervas, pata de animal, provavelmente um rato, cabelos, terra ( que acredito serem de cemitério).

Foi ele. O "amigo", com certeza. Que decepção! Que ingratidão! Tenho certeza de que desejou até a minha morte. Não adiantava destruir o tal pote. O mesmo místico me instruiu para devolvê-lo ao cemitério, mas não tocar nem abrir o recipiente. Teria que ser embrulhado em folhas de bananeira. Aquele trabalho foi feito para abrir um portal, para que um espírito se revoltasse por ser chamado de volta e me infernizasse por tempo indeterminado.

Além das orações permanentes, recorri a uma seita que lida com luzes do bem, faria uma limpeza na minha aura e invocaria minhas proteções de volta.
Soube, por eles, do "amigo" :estava vivendo muito bem na Polônia, com toda a energia que tirou de mim.

Muito obrigada por sua leitura! As trilhas sonoras também sou eu quem faço.
LYGIA VICTORIA
Enviado por LYGIA VICTORIA em 30/04/2019
Reeditado em 30/04/2019
Código do texto: T6635919
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