As pessoas que morrem, tornam-se diferentes?
Serei esquecido, ou esquecerei os que amei, quando da nossa partida? O ego, quem sou agora, desfaz-se no oceano de personalidades de que somos feitos?
Vocês tem se esquecido de alguns fatos que fazem vocês humanos, em seus termos. Seres vivos que experimentam uma experiência tridimensional. Já dissemos que o seu corpo, enquanto entidade biológica, é construído a partir de um amalgama de células e sistemas, e que cada um deles deve ser atendido em suas necessidades. Você precisa se alimentar, você precisa respirar, você precisa usar seus hormônios, cada um desses atos, e outros, completam a necessidade do maravilhoso conjunto de sistemas físicos e psíquicos de que são feitos, enquanto seres corporais.
Digamos, que esta parafernália é a sua roupa especial, ela é necessária para a sua experiencia aqui, como um escafandro o é para um mergulhador que pretenda explorar as profundezas do oceano.
Um mergulhador que anda muito tempo metido dentro de um escafandro, ao retirá-lo, sentirá algumas diferenças. Respirará melhor, andará melhor, até se expressará melhor. Talvez, se você visse um mergulhador num escafandro e depois, sem ele, pudesse achar que estaria tratando com outra pessoa. Mas, as pessoas são sempre as mesmas, o modo de se expressar, e as possibilidades de expressão é que mudam.
Vivo, em seus termos, você deve atender a uma série de exigências de seu cérebro, de seus hormônios, de seus instintos... Eles, são como lentes que distorcem a sua realidade. Grosso modo, eles dirigem vocês pelas estradas tridimensionais, como uma bussola. Eles os unem, e por isso, por causa de seu corpo físico, e das ligações ancestrais dele, a humanidade pode ser vista como um único ser vivo.
Como também já dissemos, o seu ego é a sua experiência no aqui e agora. Mas, também, como já dissemos, o aqui e agora - espaço e tempo - são ilusões criadas para a experiência. Desse modo, o ego não perece. Ele sempre perpetua-se em todas as direções. O ego é a semente da Alma. Agora, claro, se você conseguir se comunicar com uma personalidade recentemente falecida, em seus termos, ela será e reagirá um pouco diferente do que você estava acostumado dela.
O cérebro físico não existirá mais, ele não terá mais o controle sobre a personalidade. Necessidades evolutivas relacionadas ao organismo físico também não. A Consciência estará mais livre e conseguirá ver mais além. Para um ego "jovem", ou recentemente falecido, a realidade encontrada ainda será como um dos seus sonhos. Onde a sua atenção e memória vagam numa espécie de incerteza, onde memórias e lembranças vem e vão, onde coisas do mundo desperto e do mundo dos sonhos se misturam. Você morre todas as noites quando dorme. A trégua que o corpo físico lhe dá a noite é o seu bilhete de liberdade, o seu passeio no parque, por assim dizer. O descanso do trabalho que ousou fazer. Sempre dissemos isso, se quiser saber o que é morrer, aprenda a sonhar e a lembrar-se dos seus sonhos.
Se as pessoas que morrem se tornam diferentes? Tanto quanto você se torna ao sonhar. Ou tanto quanto se torna o mergulhador que retira a roupa que o impedia de se movimentar melhor. Quando você sonha, sei que ás vezes você se esquece de quem você era. Talvez se esqueça de onde está. Talvez se esqueça do momento em que dormiu e começou a sonhar. Se esquece do mundo que veio e de que lá é o mundo desperto. Mas, sei, que nunca se esqueceu de suas emoções e das pessoas que ama.
Eles sempre estão, de uma forma ou de outra, em seus sonhos.