A TEMPESTADE - Parte 1

O tempo estava claro naquela manhã no pier da cidade costeira onde Paul e seus amigos estavam se preparando para embarcar numa viagem de fim de semana pelas Bahamas. O mar azul do Caribe fascinava Angela sua noiva que havia sido criada no interior do México e que não estava acostumada com o mar e os perigos que existem nele. Carlos e Sancho eram amigos de de Paul de longa data do méxico e estavam empolgados com a viagem do fim de semana. Carlos era amigo de Paul fazia muitos anos e já haviam viajado juntos de barco, sendo que Carlos também conhecia um pouco de navegação e sabia bem como pilotar um barco. Sancho era amigo dos tempos de universidade e era apenas um visitante. Gostava muito de história e adora essas viagens. Silvia era a que mais se interessava pela viagem pois era bióloga e tinha muito interesse por viagens marítimas e vida marinha.

Depois das verificações finais e checagem dos itens de segurança do barco Paul deu a partida naquela viagem peloa mares azuis do Caribe. Partindo da Flórida tinham a intenção de aproveitar o final de semana e mais dois dias de folga que haviam conseguido.

Deixaram o porto ainda pela manhã e rapidamente o barco já estava em alto mar. Era um barco moderno com todos os equipamentos de última geração, motor potente, sistemas de navegação moderníssimos, enfim um maravilhoso presente da avó de Paul, que era fazia de tudo para agradar ao neto.

Por volta das três da tarde Paul notou uma mudança no tempo e chegou o rádio e os sistemas de bordo para constatar assombrado que uma grande tempestade se aproximava rapidamente. Sabia que aquela região tinha fama de tempestades repentinas mas não esperava nada como aquilo.

Paul avisou ao grupo que ficou assustado, sendo que Sancho e Angela chegaram a pedir para voltarem. Mas Paul sendo orgulhoso como era procurou acalmar a todos dizendo que não havia perigo pois o barco era muito seguro e poderia passar pela tempestade sem maiores problemas.

Pelas cinco da tarde o céu estava escuro, carregado de nuvens ameaçadoras e ao longe no horizonte se via raios anunciando a chegada da tempestada. Todos colocaram coletes salva vidas e foram para dentro da cabine. Minutos depois a tempestade chegou.

Paul tinha experiência em navegação e também um ótimo barco em mãos mas mesmo assim a tempestade sacudiu o barco de um lado para outro do mar profundo a ponto de fazer Paul pensar que poderiam ter problemas sérios. O vento soprava forte demais e as ondas gigantes davam a impressão que era questão de tempo até que o barco fosse lançado às profundezas do mar.

Entao no meio da tempestade um fato causou horror a todos. Não muito longe dali viam um barco se movendo a alta velocidade, porem em chamas. O que teria causado aquilo? se perguntava Paul. Angela e Silva observavam o barco em chamas em silêncio. Sancho e Carlos argumentavam o que teria causado o incêncio. Era um barco grande, com capacidade para muitos passageiros e estava quase que totalmente tomado pelas chamas.

Mais horrorizados ainda ficaram quando perceberam que haviam passageiros e tripulantes que permaneciam no barco para serem queimados vivos ao invês de tentar se salvar com os botes salva-vidas.

O barco em chamas estava bem proximo agora e era possivel ver os passageiros queimando, resignados, enquanto outros se contorciam de dor nas chamas, emitindo gritos horripilantes.

Paul manobrou sem barco para longe do barco em chamas e todos ficaram horrorizados em silencio enquanto o barco se afastava mar a dentro, para o centro da tempestade.

Foi quando Paul viu que a tempestade piorou e sentiu o barco como que atingido por algo, tombar para a direita, quase virando. Paul desceu junto com Carlos e verificou que havia uma avaria por onde entrava agua. Rapidamente ligaram as bombas para drenar a agua e fizeram um reparo emergencial.

Paul ouviu gritos de Angela e Silvia e subiu para a sala de comando para ver uma grande neblina que se aproximava em meio a ondas gigantes. Notou a bússola girando sem sentido e todos os instrumentos fora de controle. Pensou que deveria ter voltado ao porto quando teve a oportunidade.

Ao se aproximar cada vez mais da neblina as ondas se tornavam mais violentas ao que o barco foi castigado ainda mais. Paul tentou várias manobras para fugir da neblina que agora já envolvia o barco mas nada adiantou.

Foi quando Sancho viu diversos destroços de vários tamanhos e formas. O barco agora estava dentro da neblina e estranhamente a tempestade ia se acalmando até que o mar ficou calmo novamente.

Paul desceu para ver o estado da avaria e constatou que as bombas estavam aguentando e drenando toda a agua para fora do barco e que o rombo no casco se manteve do tamanho original. Paul se aproximou e analisou com calma a forma e o tamanho da avaria e constatou que era como um corte no casco mas ficou pensando o que em alto mar teria feito aquilo.

Carlos desceu e chamou Paul para ver algo inacreditável. Paul subiu e não acreditou no que estava vendo. Um grande cemitério de navios. Todos adernados, tombados mas misteriosamente flutuando. Alguns muito antigos, outros mais recentes mas todos com uma estranha vegetação de cor verde, em todo o convés.

A barco avançou para dentro do nevoeiro, passando pelos antigos barcos e navios perdidos há muito tempo, alguns deles esquecidos pelo tempo. Eram de diferentes nacionalidades, alguns europeus, outros asiáticos e alguns de outras partes do mundo, todos ali esquecidos para sempre. Havia um clima macabro no ar. Carlos e Silvia observaram que o estado dos barcos e navios eram bom apesar do tempo, como se estivessem protegidos do desgaste natural após muitos anos ali.

Ficaram navegando pelo nevoeiro por vários dias sem encontrar uma saída. Parecia um cemitério de barcos sem fim. Mesmo com os alimentos e a água, mais importante, sendo racionados, o pequeno grupo estava ficando sem recursos. Por vezes Paul tentou voltar por onde haviam entrado mas não encontrou o caminho, primeiro porque a bússola nem os instrumentos de navegação não funcionavam como deviam, segundo porque parecia que os barcos mudavam de lugar, sendo movidos de um ponto ao outro o que tornou impossível encontrar o caminho de volta.

Então, como que do nada, Paul pensou ter visto um sinal, uma luz vinda de um dos barcos. Achou que fosse apenas impressão mas novamente viu uma luz. Chamou os outros e todos viram e tiveram certeza que havia alguma coisa lá mas ninguém quis arriscar. Carlos então comentou que poderia ser alguém precisando de ajuda mas Angela replicou que não havia possibilidade de ter alguém vivo naquele lugar. Sancho entao disse que poderia ser alguém que estivesse ali há pouco tempo e que talvez soubesse como sair daquele lugar.

Ficaram debatendo de deveriam ir checar o sinal ou se deveriam continuar procurando quando Paul argumentou o lógico. Se continuassem a procurar às cegas, logo o combustível e os recursos do barco se esgotariam e acabariam presos ali. Precisavam portanto de informações e talvez aquele sinal fosse a melhor chance de descobrir algo que pudesse ajudar a encontrar a saída.

CONTINUA...

Cronista das Trevas
Enviado por Cronista das Trevas em 28/04/2019
Reeditado em 24/01/2020
Código do texto: T6634266
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