O Misterioso Caso Da Língua

O velho pancada

Uma língua enorme e rosada fora encontrada enterrada em uma fazenda que ficava nos cafundós onde o vento faz a curva à direita. O velho procurava petróleo com uma pá e estava determinado achar. Na primeira foiçada na terra, descobrira aquela língua humana. As outras partes do corpo devem estar por aqui também – pensou o velho. E taca-lhe a cavar buracos e mais buracos, era incrível! Em questão de alguns minutos, o velho deixara de cavar para procurar petróleo e passara a procurar um corpo! Nada achou, nem o restante do corpo e tampouco petróleo. O velho começara a pensar que havia caído em algum golpe, afinal, ele pagara centenas de reais para um homem desconhecido que na noite anterior falava alto no bar : “Tem petróleo nessas terras atóxicas, além de metal de minério e eu vou encontrar!”.

Os cifrões saltaram dos olhos do velho e tal como um esfomeado por comida a ponto dele cavar para encontrar petróleo! A sanidade mental não era algo encontrado neste velho, mas a fome por dinheiro era.

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O homem ”espadaúdo”.

Um homem alto, moreno, de olhos brilhantes, porte de atleta ”espadaúdo”, chegara à cidadezinha e chamou a atenção da filha do velho fazendeiro rico e ganancioso. A moça enamorou-se à primeira vista e determinou que aquele cavalheiro fosse seu. A encasquetada dela não teria dado certo, não fosse o homem já ter todos os detalhes sobre ela e seu velho pai rico. Foi mais fácil que sentar na gelatina, fazer a moçoila se entregar a ele. Na noite anterior, o alvo do morenão – o velho fazendeiro – já tinha sido dominado. É muito simples convencer alguém a fazer o que você quer, basta que você lhe ofereça as devidas vantagens e ganhos. E assim o nosso belo moreno, não apenas conquistara a confiança do velho, mas também a filha deste.

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A filha encalhada e tarada.

Moça de feições delicadas, cabelos loiros e olhos e alma de serpente. Tinha o andar meio desengonçado e sempre estava vestida com um vestido comprido florido e decotado; no ombro tinha pendurada sua bocêta. Ela nunca saia de casa sem seu batom vermelho e aquela bocêta. Um dia, um trombadinha tentou arrancar a bocêta dela. A moça com uma fúria de leão e força de um elefante, jogou-se em cima do infeliz trombadinha e arrancou um pedaço de sua orelha apenas com uma mordida. Que moça bruta! – Pensaram os transeuntes sem saber quem era a vitima e o bandido. A moça sempre tivera fama de louca, e francamente, quem acharia normal alguém plantar fios de cabelos masculino para que nascesse um homem perfeito para ela? Além deste boato fantástico, ainda corria pelas más línguas que a moça era habituada a fazer sexo selvagem com todo tipo de homem, bastava que lhe dessem atenção. Mas não era qualquer tipo de sexo. Tratava-se de trepadas escandalosas e galopadas violentas. Uma mistura de Hulk trepando com a Cinderela (no caso, a Cinderela era sempre a vítima, digo o homem), tamanha era a fraqueza que eles sentiam pós coito. O gran finale era um beijo babado da moça e um tufo do cabelo cortado do homem – Era para dar sorte – dizia a moça.

Continua...

Dicionário (in) formal:

Espadaúdo: Homem viril que sabe usar espadas

Bocêta: Bolsa de couro (o resto é malícia da sua mente obscura mesmo).

Carol Galvão e CJ Olliveira
Enviado por Carol Galvão em 06/03/2019
Código do texto: T6591123
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