9ª Zona Morta Uberaba - Mistério Na Praça
Dia 7 de Setembro de 2004, quarta feira 10:00 PM – Mistério Na Praça
Colocamos um pouco mais da metade dos suprimentos na Blazer e viemos aqui para minha casa. Já dentro da garagem descarregamos os suprimentos que conseguimos. Não encontramos dificuldades para chegar até minha casa, exceto pelo fato de quase termos batido em um caminhão cheio de cabos de alta tensão e transformadores, que estava quase que bloqueando a rua. Jonas e sua família estavam em minha casa, conversamos com todos, Lia que estava preocupada não desgrudou de mim, porém ficou mais preocupada e irritada pois eu decidi ir investigar o que estaria acontecendo. Estava querendo saber se haveria algum grupo de sobreviventes que estivessem bem mais preparados que pudessem nos ajudar também. Passamos a tarde nos tranqüilizando em minha casa junto com todos. Jan já estava traçando uma rota mais viável até lá a noite. Não sei por que, mas estou conseguindo me conter mais do que nunca consegui, coisas graves me perturbavam sem muito problema, mas isso que aconteceu com esse país tem me deixado inerte quando deveria me desesperar, consigo pensar com mais clareza e mais rapidamente em situações de risco. Já é noite, estamos nos preparando para ir até a praça, nos vestimos todos de preto e com roupas que fosse capazes de nos proteger, eu estou com uma grossa calça jeans preta uma blusa cinza, um gorro rasgado como aqueles caras da policia federal e uma jaqueta de couro velha que tenho aqui, também desenterrei meu coturno do exercito, que ainda me serve. Algo me diz que encontraremos algo por lá. Aqui em casa jogamos cobertas pretas sobre as janelas da frente para não sermos percebidos por aquelas coisas, apesar de ser a audição que os guia a visão pode ainda existir, posso ficar tranqüilo em sair daqui, não há risco deles entrarem aqui.
Jonas está aqui até agora, pediu para ir comigo e com o Jan, queria nos ajudar. Em outra situação preferiria ir apenas com mais um para não atrair muita atenção, mas nesse caso, a noite pode trazer algumas surpresas. Ele pegou a Bar Mark e a Colt que ele tem consigo, de acordo com ele “estou acostumado com minhas armas, não preciso de outras”, ele é muito confiante e parece já estar recuperado. Antes de irmos ensinei a Jan o funcionamento da SIG-SG551(vide primeira foto - http://zonamortauberaba.gigafoto.com.br/) uma arma mais complicada e pesada, mais muito útil a longas distancias quanto a próximas. Peguei a MP5SD mais leve, menos “devastadora”, porém precisa. Todos entramos na Blazer, saímos pelo portão normalmente, impressionante como esse lado da cidade ainda permanece quase intocado. Seguimos exatamente a rota que o Jan traçou, adaptei ela para o GPS do computador de bordo da Blazer. Quando nos aproximávamos da praça desligamos os faróis. Parei o carro, abri o teto solar e atirei usando a mira e silenciador em três lâmpadas dos postes, fazendo parte da rua ficar escura. A pintura da Blazer sendo fosca não deixava a mesma ser percebida a não ser de muito perto. Felizmente não fomos percebidos por zumbis, a não ser um que estava na calçada e veio bater no vidro, de lá do teto solar eu dei uma coronhada com minha arma nele, o mesmo caiu, Jan saiu e quebrou o pescoço dele com as mãos com um puxão violento, o sujeito estava com um avental duro branco cheio de sangue e um gorro, sem camisa e com uma calça jeans e botas, tudo dava a entender que era um açougueiro, seu rosto estava completamente desconfigurado e assim como aquelas ruas ele também já exalava um odor fétido de carne apodrecida, estava todo mordido. Para assegurar-me de que ninguém estivera lá para não perdermos tempo eu fui até o mercado e ao galpão. Com minha arma fui averiguar o local, sorrateiramente e caminhando pelas sobras fui me aproximando vagarosamente da praça, o vento da chegada da madrugada sobrava levemente, o odor da morte corria junto com ele infinitamente por quase todas essas ruas, haviam alguns mortos bem dispersos agora... Coloquei o gorro para conseguir “abafar” um pouco o cheiro ruim. Cheguei perto do supermercado, com uma lanterna na ponta da MP5SD, olhei para as prateleiras vazias e não vi nada de anormal. De repente sinto algo agarrando meu coturno. Era uma mulher, com roupa de garçonete rosa, e com os braços deformados, tentando me puxar para sua boca, quando apontei a arma para ela vi era inofensiva, não conseguiria rasgar o couro da bota com os dentes, dei um chute bem forte em seu pescoço, o mesmo só emitiu um ruído como de uma bolacha sendo partida ao meio. Atravessei e passei para o galpão sem problemas, estava tudo do mesmo jeito, não havia nada de diferente, a não sei pelas portas do galpão que eu deixei abertas. Fechei-as com cuidado para não fazer barulho. Sai pelo galpão mesmo. Estava caminhando em meio aos corpos quando da rua de trás eu escuto um barulho de motor, gritos e risadas. De primeiro pensei em ficar parado para esperá-los mais minha ação foi outra, como não havia lugar próximo para me esconder simplesmente me deitei em meio à multidão de corpos. Eram quatro homens e duas mulheres em um jipe militar, eles usavam algumas vestimentas com a camuflagem militar, porém não pareciam militares de forma alguma, suas atitudes eram totalmente fora do padrão militar: um deles, grande, corpulento, com uma blusa branca cavada, botas e calça militar com um quepe camuflado estava com um “charutão” na boca, do qual a fumaça parecia uma chaminé de trem, estava com uma garrafa de uísque nas mãos e atirando para cima com uma beretta este parecia estar ditando as ordens, os outros estavam com a roupa padrão,estavam completamente bêbados também, as mulheres estavam semi-nuas e junto a eles completamente bêbados, o que dirigia parecia estar sóbrio, mas nem por isso deixava de ser espalhafatoso com seus berros e gritos. Rastejei para mais longe até chegar às árvores, pois logo vi que ficar ali seria muito arriscado, seria achado por eles ou por zumbis. Lá subi em uma delas para poder ver o que fariam, lá de cima avistei algo surpreendente nas costas do jipe, havia uma ponto 50 utilizadas em treinamentos em áreas desertas, mais parecia um canhão. Só se ouviam as palavras: “COMIDAAAA, FESTAAAA, CHEGAAAA DE REPRESSÃO E REGRASSSS”, eram estes que haviam preparado a camionete com os suprimentos, creio eu que na primeira leva de suprimentos havia varias garrafas de bebida alcoólica, pois o trabalho que haviam feito antes de chegarmos lá fora feito com planejamento e táticas, agora estão totalmente fora de controle, e com uma Ponto 50 em mãos. Quando virem que não tem mais nada lá ficarão furiosos. “MAIS QUE MERDA CADE A PORRA DA CAMINHONETE!!!!!!!” foi só o que consegui ouvir antes deles saírem no jipe, atirando para todo lado. Um tiro daquela poderosa arma destroçou completamente um zumbi que estava no meio da rua no caminho deles. Já estava desconfiado desses supostos soldados, agora tenho certeza de que não são depois que o barbudo deu um tiro no peito de um dos seus companheiros e o chutou para fora do jipe gritando: “A CULPA É SUA DESGRAÇADO!!!!!!!” Dispararam 3 tiros na direção das árvores em que estava, um deles pegou de raspão na minha orelha, por pouco não cai, a dor é horrível mais ainda suportável. A praça está completamente cheia de zumbis agora com o barulho que eles fizeram, só posso ficar aqui ou correr feito um louco até a Blazer que está na encruzilhada da rua de cima, a cerca de 500m de onde estou. A única coisa que me veio à cabeça foi fazer sinais com a lanterna da arma. Foi o que fiz, rezei para que eles vissem. Um tempo depois eles viraram a rua em alta velocidade, e em uma sincronia impressionante todos os zumbis também viraram. Provavelmente Jan estava no volante, fez o mesmo que eu fiz quando estava indo para casa dele esta manhã, reduziu para que se aproximassem e depois passou algumas ruas...... Algum tempo depois ele voltou, desci rápido enquanto ele parava perto de onde estava..... Entrei e nos dirigimos para minha casa novamente. O que ocorreu foi estranho, espero sinceramente que aquele bando não sobreviva, seria um sério risco para a gente se eles quisessem nossas casas.